Julho_2003 - page 26

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J U L H O
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A G O S T O
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2 0 0 3 – R E V I
S T A D A E S P M
para isso,criaagerênciacientífica,e
superao estudo fisiológico. Seus ar-
gumentos: 1) de que o trabalhador
tentará guardar os “segredos do
ofício”para si epara seusamigos;2)
dequeo simplescontroleeo incen-
tivo direto à produção não funcio-
nam, porque o trabalhador tende a
defender o emprego, seu edos seus
colegas, e 3) de que a racionaliza-
çãoéumatributogerencial,umavez
que só épossível estudar o trabalho
de fora do trabalho, são não só
lógicos, comoverdadeiros.
Na administração científica, o mo-
nopólio do conhecimento sobre o
trabalho pelo gerente provoca uma
concentração de conhecimento em
unspoucoseaexecuçãocegado tra-
balho por muitos. Os princípios de
ajustamentodaspessoasao trabalho,
via adestramento e especialização
por tarefas, terminam por retirar a
iniciativa do trabalhador. Isso não
invalida a constatação de que a es-
colha demétodos baseados em co-
nhecimentos tradicionais, em habi-
lidadespessoais,na inteligênciaena
solidariedade têmumaprodutivida-
demenordoqueosmétodosdapro-
dução emmassa. Mas a execução
mecânicade tarefas,anão-participa-
ção no destino do que ajuda a pro-
duzir são intoleráveis para grande
númerode pessoas. Elas, ou se reti-
ramdoempregoou reagem–agem
politicamente – com as conseqüên-
cias queexaminamos acima.
As idéias que posteriormente foram
reunidas sob a denominação de
fordismo: a linha de montagem da
produçãoemgrandeescala,a remu-
neração que possibilita o consumo
emmassa, o encurtamentodo ciclo
de trabalho e verticalização indus-
trial,complementama tônicado tra-
yw
OS LIMITESDA TOLERÂNCIA: O TRABALHOSEMO EMPREGO
Keystone
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