Revista da ESPM_MAR-ABR_2012

DIEGO PAUTASSO Doutor e mestre em Ciência Política e graduado emGeografia pelaUFRGS. Professor deRelações Internacionais da ESPM e pesquisador integrante do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais (NERINT/UFRGS). e-mail: dgpautasso@gmail.com ou dpautasso@espm.br ARRIGHI , Giovanni; SILVER , Beverly. Caos e gover- nabilidade no moderno sistema mundial . Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. UFRJ, 2001. BRESSER-PEREIRA , Luiz. Macroeconomia da estag- nação . São Paulo: Ed. 34, 2007. CAPITALISMO DE ESTADO . Reportagem Especial. In: The Economist . Fevereiro de 2012. CHANG , Ha-joon. Maus samaritanos . Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. CUNHA , André. A China e o Brasil na nova ordem internacional. In: Revista de Sociologia e Política . Curitiba, v. 9, 2011, pp. 9-29. DINIZ , Eli; BOSCHI Renato. A difícil rota do desenvol- vimento . Belo Horizonte: UFMG, 2007. ________. Diplomacia e negócios internacionais: o caso das multinacionais chinesas . In: Think. v. 6, 2008, pp. 43-47. FIORI , José. Sistema mundial, América do Sul, África e “potências emergentes” . In: RECIIS. Rio de Janeiro, vol. 4, n o 1, 2010, pp. 3-18. HOBSBAWN , Eric. Era dos extremos . São Paulo: Companhia das Letras, 1995. JABBOUR , Elias. Projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado na China de hoje . Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geogra- fia Humana/USP: São Paulo, 2010. ________. De Cromwell, Gorbachev e abertura da conta de capitai s. In: Monitor Mercantil. 28/02/2012. Disponível em: http://www.monitormercantil.com. br/mostranoticia.php?id=108953. Acesso em: 29/02/2012. LOSURDO , Domenico. Fuga da história ? Rio de Ja- neiro: Revan, 2004. PAUTASSO , Diego. O fortalecimento das relações Sul-Sul: estratégia e realidade para os países emer- gentes . In: Conjuntura Austral. v. 2, 2011, pp. 48-62. BIBLIOGRAFIA sem negligenciar que já apresentamos um ciclo virtuoso de largas proporções, com uma notável arrancada industrial entre 1930 e 1980. Esta, po- rém, foi interrompida durante as décadas de 1980 (pela combinação de estagnação, hiperinflação e endividamento) e 1990 (pelo crescimento pífio e pelo desequilíbrio fiscal – apesar das “reformas” e do controle da inflação). Aliás, tais reformas não poderiam produzir algo diferente com a combi- nação nociva de altos juros, abertura comercial sem contrapartidas e planejamento, elevação da carga tributária, valorização cambial, restrição do crédito e baixos investimentos em logística (BRESSER-PEREIRA,2007).Portanto,oBrasilpre- cisa consolidar a trajetória pós-neoliberal dos últi- mos anos baseado no crescimento com inclusão, fortalecimentodas capacidades estatais e inserção internacional autônoma (DINIZ; BOSCHI, 2007). Considerações finais Enquanto o mainstream do pensamento oscila entre defender as políticas recessivas no Brasil, em nome do suposto controle inflacionário, e anunciar o colapso da China, a realidade insiste em“pregar peças”. Apesar de gargalos em infra- estrutura, mão de obra qualificada, commodities agrícolas, minerais e energéticas, o governo chinêsmantémas políticas de desenvolvimento – semperder controle, tampouco elencar a infla- ção como inimigo n o 1. Trata-se, nitidamente, de um projeto nacional de desenvolvimento capaz de definir seus próprios objetivos e diretrizes. Esta é parte da lição para o Brasil e parte das causas que explicampor que a China é parte da alteração dos fluxos da economia e da hierarquia da política mundiais. ES PM

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx