Revista da ESPM_MAR-ABR_2012

SUMÁRIO executivo R e v i s t a d a E S P M – m a r ç o / a b r i l d e 2 0 1 2 130 O liberalismo financeiro em xeque ORLANDO ASSUNÇÃO FERNANDES PÁG. 18 O artigo evidencia, a partir de uma breve retrospectiva histórica, que o desmantelamento, nos anos de 1970, do regime que emergiu em Bretton Woods, com o fim da conversibilidade do dólar, a livre flutuação das moedas e, mais tarde, a chamada política Vol- cker, representou uma forte guinada no processo de condução da política econômica em direção ao liberalismo. Tal mudança de direção consolidou-se emumprocessodedesregulamentação financeira e de abertura dos mercados financeiros nacionais, resultando no gigantismo da lógica de valorização fi- nanceirada riquezaena transformação dopapel doEstadoenquantoagente re- gulador, eque estes elementos estãono centroda crisede2008ede suas conse- quências, fazendo-se então necessário se repensar os limites do liberalismo financeiro no mundo contemporâneo, bem como se rediscutir um processo de regulamentação e coordenação internacional desses mercados. A economia da globalização ROBERTO SIMONARD FILHO PÁG. 26 O avanço tecnológico da humanidade alcançou um patamar que recebeu o nome de globalização, onde os seres humanos têm a possibilidade de se utilizar deumfantásticoaparato tecno- lógico que os aproxima e contém uma espantosa quantidade de informação. Como não poderia deixar de ser, isso vem provocando uma revolução na economia, na política e na cultura em níveis internacionais. Especificamente quanto às mudanças na economia, destacam-se dois eventos. O primeiro é a consolidação de um sistema finan- ceiro internacional, que administra um enorme e crescente fluxo de capitais financeiros, que circulam pelo globo com inédita agilidade. O segundo é o crescimento econômico observado nos países em desenvolvimento, cuja expansão da renda agregada enseja umaumento exponencial do consumo. Guerra de titãs MARCELO ZOROVICH PÁG. 40 Enquantoomundoobservaaproliferação dos acordos comerciais, em conformi- dade com um cenário que retrata maior interdependência e integração entre os mercados, observa-se uma onda prote- cionista que contribui para a paralisação não só das rodadas de negociações, mas que afeta igualmente a competitividade e desencadeia uma nova dinâmica nas relações entre os países. Estudos eviden- ciam que as práticas protecionistas têm aumentado e entram em rota de colisão comasregrasdaOMC.Oalertalançaluz às economias do G20, a exemplo do que ocorrecomalgunspaísesdaUniãoEuro- peia,comoBrasileaChina,protagonistas de tensões desta natureza. Quemsofre é ocomércioea indústria, jáafetadospelas disputasqueocorrememdiversossetores e transcendemfronteiras, como também é o caso do principal sócio brasileiro do Mercosul, a Argentina. Guerra cambial, tsunami monetário, defesa comer- cial e protecionismo SERGIO GOLDBAUM PÁG. 48 Em sua última visita à Alemanha, a presidenta Dilma Roussef reclamou do “tsunamimonetário”queaEuropaesta- ria promovendo; ao que Angela Merkel, a chanceler alemã, respondeuque estava maispreocupadacomas“medidasprote- cionistas” unilaterais que o governo bra- sileirovinhaadotando.Mas“guerracam- bial”, “tsnunami monetário” e “medidas protecionistas”sãoapenasmetáforasque representaminstrumentosdeumadispu- tacomercialmaisampla.Oartigofazum amplo levantamento dos instrumentos mais utilizados pelo Brasil e por outros países do mundo nessa disputa, tanto daqueles que são regulamentados pelos acordos internacionais quanto daqueles que passam ao largo desses acordos. O texto conclui alertando para os riscos de queuma eventual escaladaprotecionista internacionalresultenoenfraquecimento de instituiçõesmultilaterais. A China na economia mundial do século XXI DIEGO PAUTASSO PÁG. 64 A economia mundial vem passando por umreordenamentodesde a década de 1970. Além da reestruturação do capitalismo, há tambémuma alteração progressiva na hierarquia de poder mundial. Os países emergentes, e a China de modo especial, são parte de- cisiva das transformações em curso na política e nos negócios internacionais. E é por isso que se pode afirmar que a economia mundial do século XXI dependerá, cada vez mais, da inserção chinesa. Para tanto, é preciso escapar de certas análises baseadas no mains- tream do pensamento, que deixam de compreender as singularidades da trajetória chinesa. Oikos ou apocalipse da razão JORGE LORENZO VALENZUELA MONTECINOS PÁG. 70 De 11 de setembro, passandopela crise de 2008, uma grande ruptura marcou nosso mundo. O novo cenário coloca

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