Maio_2009 - page 69

Luiz Felipe
Lampreia
maio
/
junho
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
63
a velocidade da degrada-
çãodomeioambientenão
tem precedentes na história e está
aumentando;
o aquecimento global cau-
sado pelo efeito estufa,
decorrente da evaporação de gases
CO
2
éumproblemamuitogravepara
oqual nãohá soluções simples;
o aquecimento global é
indiscutível, como se ob-
servapeloaumentode temperatura
média do ar e dos oceanos, pela
constataçãododerretimentodene-
ves edegeleiras, alémdaelevação
média dos níveis domar;
verificam-se mudanças
fortes nas temperaturas no
Ártico,nosíndicespluviométricos,ena
intensidadedosciclones tropicais;
as doze temperaturasmé-
dias mundiais, por ano,
em toda a história tiveram suas
marcas mais elevadas registradas
entre 1990 e 2007;
redução das chuvas sobre
áreas terrestres tropicais
e subtropicais, com evaporação
aumentada, tem resultado em
aumento da desertificação;
a temperatura média do
planeta subirá de 1,8ºC a
4ºC até 2100, com aumento das
ondas de calor e dos furacões;
o nível do mar deve au-
mentar em 1metro até o
fim do século.
metade de todas as espé-
cies animais estarão sob
risco de extinção até 2100.
Se ainda havia espaço para algum
ceticismo sobre essas realidades, não
é mais o caso atualmente. Hoje, em
todoomundo, o temadasmudanças
climáticas transformou-se num dos
tópicosmaisemfoco.Háumaatenção
constanteparao assuntopor parteda
grande imprensa internacional. Na
esfera política interna damaioria dos
países,éumaprioridadecadavezmais
elevada, verificando-se uma redução
dosqueseopõemaações fortesnesse
campo.Asempresas jáestãoadotando
e pesquisando tecnologias limpas, e
especialmentenos setores de energia,
transportes e indústria pesada, prepa-
rando-se para cumprir normas mais
estritasdeemissões.Osconsumidores
vão adotando cada vezmais critérios
ambientaisparaavaliarascompanhias
ecomprar-lhesosprodutos.
Todavia é fundamental reconhecer
que há uma clara tensão entre os
esforços para reduzir as atividades
geradoras de efeito estufa e a livre
atuaçãodas forçasdomercado.Como
disse o professor GilbertoDupas em
recenteartigona
RevistaBrasileirade
PolíticaExterna
:
“Aquestãocentral éque lutar contra
a lógica do crescimento econômico
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– que bem ou mal mantém a má-
quina econômica em movimento
– significa atacar os próprios prin-
cípios do capitalismo no momento
emquenenhumoutrosistema,ainda
que sob formadeutopia, apareceno
horizonte como alternativa.”
Asnegociaçõesparareduziremissões
degasesdeefeitoestufa têmhojeum
foco principal: metas obrigatórias
para cada país. Na conferência de
Bali, em dezembro de 2007, houve
propostasparaqueestasmetassejam
fixadas em reduções de 25 a 40%
sobreosníveisdeemissõesde1990.
Masosgrandespaísesdesenvolvidos
têmdificuldadesemobservar,sequer,
os limites muito mais modestos de
Kyotoeclaramentenão favorecema
adoçãode limites estreitos.
AEuropa tomouadianteiranocomba-
teàsemissõesdegasesdeefeitoestufa
em2007. Comprometeu-sea reduzir
em 20% essas emissões até 2020,
a diminuir seu consumo de energia
Na conferênciadeBali, em
dezembrode2007, houve
propostas paraque estasmetas
sejamfixadas em reduções de
25 a40% sobreos níveis de
emissões de1990.
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Jewel Samad/AFP
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