R e v i s t a d a E S P M –
maio
/
junho
de
2009
58
OPoder
econômico
A bem da verdade, nenhuma so-
ciedade atual adota um tipo puro
de economia. Bem ao contrário,
todas acabam por misturar os dois
tipos, commaior oumenor ênfase
em um deles. Atualmente a maior
partedospaísescolocamaisênfase
na economia de mercado, ainda
que se valham de instrumentos
econômicos com o intuito de di-
recionar o sistema produtivo para
atender a interesses determinados
por governos, regulamentando,
incentivando e, por vezes, trans-
formando o Estado em um ator
econômico-produtivo.
A partir dessa discussão sobre
economia, o debate sobre o Poder
Econômico ganha um relevo mais
preciso, passando a ser determina-
do como a capacidade política de
controlarouaomenos influenciaro
comportamentodeatorespormeio
de fatores econômicos. De modo
mais preciso, o poder econômico
passa a ser a capacidade que um
Estado tem de acessar e controlar
o uso dos recursos escassos, bem
como influenciar decisivamente
sobre o padrão de distribuição
mundial dos bens produzidos a
partir dos recursos escassos.
No entanto, faz-se importante ob-
servar que o controle sobre algum
recurso escasso em si mesmo não
é símbolo de poder econômico.
A análise de como um recurso
escasso pode se transformar num
elemento de poder deve também
observar a dinâmica de oferta e
demanda. Ao se analisar o caso
da produção e consumo de petró-
leo, por exemplo, percebe-se que
um conjunto pequeno de países
domina grande parte da produção
mundial.
Aindaque taispaíses estejamorga-
nizados em torno daOrganização
dos Países Exportadores de Petró-
leo (OPEP) e, portanto, coordenem
suas ações, seupoder está limitado
pela dinâmica de consumo dos
EUA, maior consumidor mundial.
Aomesmo tempo, os EUA,mesmo
importandoaproximadamentedois
terços do que consome, apresen-
tamum grau relativamentepeque-
no de sensibilidade às dinâmicas
internacionais, secomparadocom
sua demanda.
Isso se dá em função de sua rele-
vânciacomoconsumidor,ou seja, a
partir domomento emque têmum
grandepesonomercado, os países
exportadores também dependem
Arábia Saudita
Kuait
Rússia
Nigéria
Irã
Em. Árabes
Líbia
EUA
Iraque
Venezuela
Cazaquistão
Canadá
China
Qatar
Brasil
México
Argélia
Angola
Noruega
Azerbaijão
264,3
137,5
115,0
101,5 97,8
80,0 79,5
41,5 39,8 36,2 29,9
17,1 16,3 15,2
13,9
12,9 12,3 9,0 8,5 7,0
1O
1
O
11
12
16
6
15
18
10
17 8
19
7
13
9
INDONÉSIA
1
5
14
2
20
3
4
2
O
3
O
4
O
5
O
6
O
7
O
8
O
9
O
10
O
11
O
12
O
13
O
14
O
15
O
16
O
17
O
18
O
19
O
20
O
PAÍSESDAOPEP
(Organizaçãodos
Países Exportadores
de Petróleo).
Sem considerar
reservas deTupi,
Júpiter eCarioca
Maioresreservasde petróleo- embilhõesde barris
Fonte:
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