Janeiro_2006 - page 23

Francisco
Gracioso
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J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2006 – REV I STA DA ESPM
ele faz uma constatação melan-
cólica. Morrem, todos os dias,
milhares de leitores de revistas e
nascem milhares de futuros inter-
nautas mas já estão surgindo em
algunspaísesdaEuropaosprimeiros
sinaisde reação.Trata-sedos jornais
de distribuição gratuita, de cresci-
mento extraordinariamente rápido.
NaEspanha,porexemplo, esses jor-
nais gratuitos já respondem por
cerca de 50% da circulação total
dos jornais.
Estamos falando, evidentemente, de
transformações lentas que levarão
muitos anos para modificar, radical-
mente, o panorama atual. Além
disso,asrevistase jornaisencontrarão
certamente, formas de reagir e
reconquistar pelo menos uma parte
do terreno perdido, como já apon-
tamos acima. Apesar de tudo, a
imprensa escrita continua a ser a
força dominante, quando se trata de
influenciar os líderes de opinião,
como ficou demonstrado na recente
crise política que abalou o país.
O rádio e a televisão também são
afetados pela concorrência digital,
mas em menor grau. O que está
acontecendo, mais do que perda
de audiência, é a progressiva
segmentação desses veículos. A
televisão aberta transformou-se em
grande veículo popular, presente em
90%dos laresbrasileirose istodefine,
irremediavelmente,oconteúdopopu-
laresco de sua programação. Até
mesmo o telejornalismo foi trans-
formado em espetáculo. Quanto ao
rádio, somos de opinião que esse
veículoganharáespaçonospróximos
anos,comoadventodas transmissões
digitaisecomaênfasequeestásendo
dada a jornalismo e serviços.
ThomazSoutoCorrêa, vice-presidentedoconselhoeditorial doGrupoAbril,
acrescentamaisumdado tristonho:namídiamundial, o leitordedicahoje
dezminutosà leiturado jornal diário, enquantoesse tempoeradevinte
minutoshádezanos.
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