Janeiro_2006 - page 13

Thomaz Souto
Corrêa
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J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2006 – REV I STA DA ESPM
mundo – e hoje sabemos que isso é
tecnicamente possível.
FG
– Legalmente, ainda não.
JR
– Não significa que outras estru-
turaseconômicasnãose formempara
receber, osdireitosdevidos. Evidente
que isso tem um preço e tem de ser
remunerado de alguma forma.
FG
– A propaganda levou para a
mídia, em2005, noBrasil algocomo
12a15bilhõesde reais líqüidos.Esse
dinheiro é essencial para manter a
mídia funcionando.E,nocenárioque
você pinta, claramente vai diminuir.
THOMAZ
–Voltando aoque disse
o J. Roberto. Não vejo, no nosso
caso, uma modificação abrupta.
Muito pelo contrário. Acho que a
mídia impressa estará sendo im-
pressa durante algum tempo, mas
acho que ela tem de ficar esperta
para saber o que está acontecendo
no outro lado da ponta. E talvez
estejamos reagindo com certa ler-
deza. O caso mais interessante
paramiméodaKodak.Numdeter-
minado momento, ela começou a
perceber que o negócio de filme
estava acabando, e se acabasse o
filme, acabaria com ela. Então re-
solveu investir na câmera digital.
A câmera digital da Kodak é um
exemplo de simplicidade. Foi o
primeiroa sair como
easyshare
. Ela
se reinventou e foi brigar com a
Sony, Olimpus etc., para não sair
do negócio. Eu estava na África do
Sul, fazendo uma palestra e, no
final, veio um garoto falar comigo
e disse: “Nós somos da Kodak e
queremosmostraravocêque temos
a revista do futuro de que você
está falando”. Não consegui ainda
ver a revista do futuro, mas olha
para onde foi a Kodak – ela está
na revista do futuro, como entrou
no digital. Historicamente, vão
dizer: “Mas foimuito rápidoopro-
cesso”. Não foi. Foram 5, 6 anos.
Quer dizer, alguém na Kodak pen-
sou cedo.
JR
–Oque tem suas raízes na velha
idéia da miopia de marketing do
nossomestreTheodore Levitt, que –
há50anos – jáestavaadvertindoas
pessoas: “Prestem bem atenção no
tipo de negócio em que estão”.
FG
– Mas há também exemplos de
negócios que simplesmente acaba-
ram devido a essas mudanças rápi-
das. Ninguém hoje lembra do car-
buradordoautomóvel, por exemplo.
THOMAZ
– Ninguém lembra do
teletipooudo telex. Fui jornalistaem
uma redação que tinha uma grande
quantidade de telex funcionando a
noite toda, eraumbarulho infernal e
coisas enormes. O primeiro compu-
tador que eu vi no IMD – em
Lausanne – era enorme e para se
compor uma frase, levavam-se 4
horas.
FG
–Thomaz, você poria umpouco
do papel da propaganda nestemun-
do futuro. Eu sei que, como nós,
você não tem bola de cristal.
THOMAZ
–Achoquea internetper-
mite que a propaganda seja quase
“ARÁDIOELDORADODIZ:“ESTAMOSFAZENDO ISSOEAQUILO,E
SEVOCÊQUISERMAIS,VÁAOWWW.RADIOELDORADO.COM.BR.”
ELAJÁESTÁESTENDENDOOPACOTEDELAPARAO
ON-LINE
.”
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