Maio_2005 - page 7

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M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
Luiz Edmundo
Prestes Rosa
elepode substituir suacriatividadee
ousadia pela ordem, dogmatismo e
conforto. Estrutura a rotina, veste-se
de normas e despreza propostas de
mudança.E,senãoestiveratento, fará
exatamente aquilo que um dia
criticou.
A idade parece, para muitos, si-
nônimodeperda. Sejade resistência
física, memória e raciocínio. Para
outros, sinônimo de ganho de rea-
lidade,estabilidadeesabedoria.Mas,
emcadamomentoqueatravessamos,
perdemos e ganhamos ao mesmo
tempo. Sepor um lado temos limites
do corpo e do tempo, há possibi-
lidades de escolha que permitem
estender nosso potencial, embora
nem sempreousemos vivenciá-lo.
Neste sentido, alguns parecem não
envelhecer ao desafiar os limites da
idade.Continuamaviverdamudan-
çae inovação.Aprendendoalgono-
vo, realizandoumanovaexperiência
e abrindouma nova perspectiva em
suas vidas.
Hácasos surpreendentesdepessoas
quedecidiram,com idadeavançada,
fazer aquilo que se começa bem
mais cedo.Vamos ver alguns exem-
plos que mostram como sonho,
vontadeeousadiapodemultrapassar
limites e possibilidades pré-conce-
bidos, para concretizar algo que, à
primeira vista, seria improvável ou
até impossível.
A revista
Época
(edição 366, de
23.05.05),emmatéria intitulada“No
Caminho dos Netinhos”, discorre
sobre a experiência de pessoas
fazendo intercâmbionoexterior em
idades,atéentão, incomuns.Sãocin-
qüentões aprendendo idiomas,
como fazemosadolescentes.Relata
o casoda ElviraGentil, de 75 anos,
que estará, em julho próximo, se-
guindo para seu segundo intercâm-
bio emNovaYork. Sua primeira ex-
periência ocorreu no ano passado
quando começou a estudar inglês,
idioma que praticamente desco-
nhecia. Esteve lá por três meses e
morou em uma república com oito
ONOVO
ávelhosqueparecem jovense jovens
que parecem velhos. Idosos com
espírito jovem, e jovens comespírito
develho.
Espíritonãoéatributoda idadeenem
privilégio do tempo. Não há idade
parasonhar,sentir,amar,criar,pensar
eser feliz.Todos temosuma trajetória,
mas cada um segue o seu caminho.
Compartilhamos de princípios
biológicoscomunseexperimentamos
um processo similar de nascer,
crescer,maturaremorrer.Masnossos
genes, nossa história, nossas prefe-
rências e hábitos nos diferenciam e
dão um sentido único ao que
podemos ser eexprimir.
Historicamente vivemos de mudan-
ças, na passagem sucessiva de ge-
rações. Cabe aos jovens abrir novos
caminhos,ousarnaquiloquenãoera
permitido, tentar o que parecia
impossível, criaro inimaginável evi-
ver um novo estilo. Mas o tempo
passa e o jovem não émais jovem.
De repente, dooutro ladoda idade,
MUNDODAMATURIDADE
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