Revista da ESPM - SET-OUT_2007

Marcos Amatucci e Eva Stal 49 SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M 16 de janeiro, João Gerdau e seu filho Hugo lançam as bases do Grupo Gerdau com a Fábrica de Pregos e Pontas de Paris, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA EMPRESA GerdauS.A. éuma sociedade anônima de capital aberto, com sede na cidade do Rio de Janeiro, empresa holding in- tegrante do Grupo Gerdau, dedicada, principalmente, à produção e à comer- cialização de produtos siderúrgicos emgeral, através de usinas localizadas no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Estados Unidos, Ca- nadá e Espanha. A Gerdau foi criada em 1901 pelo tataravô do atual presidente (André Gerdau Johannpeter, que assumiu em janeiro de 2007), com a Fábrica de Pregos Pontas de Paris, em Porto Alegre. Foi na terceira geração, com seu avô, que a família entrou no setor siderúrgico. Em fevereiro de 1948, compraram a Siderúrgica Riograndense, com o objetivo de obter matéria-prima, cuja obtenção era dificultada pela guerra. Em 1957, iniciaram as operações da segunda unidade da Riograndense. Hoje, a Gerdau é um dos maiores produtores de pregos, com mais de mil itens à venda, em cerca de 100 mil pontos. Com a mudança de nome para Comercial Gerdau, tornou-se a central de distribuição de produtos siderúrgicos no Brasil, visa eliminar a competição conceden- do vantagens oligopolistas ao compra- dor. Isto confere à empresa tremenda vantagem sobre o concorrente que exporta para aquelemercado: a vanta- gem fornecida pelas barreiras tarifárias e não-tarifárias impostas pelo governo hospedeiro. A empresa que efetua o IED utiliza, assim, as imperfeições do mercado a seu favor. AS IMPERFEIÇÕES DE MERCADO COMO MOTIVADORAS DO IED SEGUNDO HYMER Outro tipo de motivação para o controle diz respeito às habilidades e competências que a empresa explora economicamente, como uma van- tagem competitiva que lhe permite auferir seus rendimentos. Afirmapodedesejarampliaroexercício dessas competências para obter lucros em outros países, mas se os mercados forem imperfeitos, ela não poderá tirar pleno proveito de suas vantagens, a não ser que exerça a propriedade e o con- trole das operações no país estrangeiro (HYMER, 1960:23-25). O trabalho de Hymer analisa de- talhadamente os diferentes tipos de investimento e as diferenças entre indústrias, sempre contrapondo a realidade dos mercados (“im- perfeições”) às idealizações simplificadoras da teoria econômica, e marca a teoria dos negócios internacionais por trazer o “zoom” do foco analítico para mais perto da firma e das indústrias e mercados específi- cos, afastando-se da grande angular dos agregados de fluxos de capitais (AMATUCCI, 2007). contando com 68 filiais e cinco centros de serviços para benefi- ciamento de aços planos. Continuaram a expansão para o resto do país: em 1967, compraram a Fábrica de Arames São Judas Tadeu, produtora de pregos e arames, emSão Paulo; em1969, comprarama Siderúr- gica Açonorte, em Pernambuco. Em 1971, através de uma joint-venture com o grupo alemão Thyssen, adqui- riram a Cosigua (Companhia Siderúr- gica da Guanabara), na época apenas um projeto do governo do Estado. Em 1979, após alguns problemas, o sócio alemão se retirou do negócio e a Ger- dau assumiu o empreendimento. Em 1980, a empresa tornou-se compa- nhia aberta, como lançamento público de ações. Seguiram adquirindo siderúr- gicas em todo o país, de proprietários privados ou participando dos leilões de privatização. Em geral, as empresas tinham grande potencial, mas estavam emcondiçãopré-falimentar.Haviatantas empresasmaladministradasqueeramais interessante comprá-las e reestruturá-las do que construir unidades novas a partir do zero. AGerdau só se interessava por empresasquetivessesmrelaçãocomseu corebusiness , istoé, aproduçãode aços longos ou não planos. Ð Foto: site Gerdau

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