Revista da ESPM - SET-OUT_2007

48 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 Gerdau - aquisições no exterior Portanto, o movimento de capitais na forma de investimento direto não está relacionado a diferenças nas taxas de juros, mas a dois outros fatores: “ (1) FIRMAS CONTROLAM EMPRESAS EM MUITOS PAÍSES DE MANEIRA A REMOVER A COMPETIÇÃO ENTRE ELAS QUANDO AS EMPRESAS VENDEM NO MESMO MERCADO, OU VENDEM UMAS PARA AS OUTRAS EM CONDIÇÕES DE COMPETIÇÃO IMPERFEITA. (2) FIRMAS EMPREENDEM OPERAÇÕES EM UM PAÍS ESTRANGEIRO DE MANEIRA A SE APROPRIAR PLENA- MENTE DOS RETORNOS REFERENTES A CERTAS COMPETÊNCIAS QUE ELAS POSSUEM. ELAS ESCOLHEM ESTE MÉTODO EM VEZ DE UM MÉTODO ALTERNATIVO COMO POR EXEMPLO LI- CENCIAMENTO, PORQUE AS IMPERFEIÇÕES NO MER- CADO IMPEDEM A PLENA REALIZAÇÃO DE LUCROS A MENOS QUE A FIRMA EXER- ÇA ALGUM CONTROLE.” (HYMER, 1960:3) Sem prejuízo de haver demonstrado sua tese através de evidências em- píricas que sustentaram hipóteses preditivas a partir desses pres- supostos, Hymer também observa que, para além de determinado investimento mínimo necessário para exercer o controle de uma operação num determinado país estrangeiro, a empresa tende a fi- nanciar as operações no estrangeiro por meio de alavancagem financeira local (isto é, uma vez constituída, a filial toma emprestado dinheiro de fontes locais para financiar suas operações), o que eventualmente provoca uma inversão no fluxo de capitais de um país de alta taxa de juros para um país de baixa taxa de juros – corroborando a idéia de que o IED ocorreu devido à neces- sidade de controle ou para contornar imperfeições de mercado, e não pela oferta e demanda de dinheiro (diferença de taxa de juros). AS VANTAGENS ECONÔMICAS DA PROPRIEDADE E DO CONTROLE SEGUNDO HYMER Há dois tipos de vantagens econômi- cas de ownership . Cada uma se apli- ca a diferentes tipos de investimento direto, e a diferentes indústrias. A primeira vantagem, que também se aplica a investimentos domésticos, diz respeito à prudência no uso dos recur- sos: o investidor mantém a proprie- dade demaneira a garantir a segurança de seu investimento. De um lado, o empreendedor é mais estimulado a agir de maneira a não falir, se colocou seu próprio dinheiro na empresa; de outro lado, as diferenças culturais, de interesse e de governo entre os países levam o investidor no estrangeiro a buscar o controle para poder fazer as coisas de umamaneira que lhe pareça mais confiável. A segunda razão pela preferência do ownership , ligada às operações em si, diz respeito à eliminação da concor- rência internacional – se empresas de diferentes países vendem para o mesmo mercado, a propriedade da empresa concorrente no estrangeiro A firma pode desejar ampliar o exercício dessas competências para obter lucros em outros países. Foto: Sanja Gjenero

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