Revista da ESPM - STE-OUT_2011
s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 105 aula. Muito pelo contrário: sempre aprendemos o passado e fomos punidos por ele, caso não conseguíssemos memorizar infinitos números e datas. Nossos cérebros foram sempre deman- dados a processar o que já foi e nunca o que será ou o que poderá ser. Se em vez de só sermos avaliados pela capacidade de registrar o pas- sado, “engessando” nosso potencial criativo, fôssemos avaliados pela capacidade que temos de imaginar mundos possíveis, o que poderia acontecer? Como estaríamos enfrentando os desafios atuais? Certamente com muito mais proatividade e segurança. As escolas de ontem e de hoje sempre estive- ram presas nesse lapso temporal. Diante dessa macrotransição histórica, precisam conectar-se com o que irá acontecer, com o que poderá acontecer e com o que poderão ajudar a fazer acontecer, preparando essa nova geração a dar sentido ao seu futuro, ao nosso futuro comum. Novas realidades cognitivas Estudos revelam que a exposição constante a estímulos digitais, como games , equipamentos móveis, sobreposição de imagens, pode mudar o cérebro e a maneira como ele percebe as coisas e processaa informação. Tudo indicaqueos cérebros dessa geração que Don Tapscott (Wikinomics), denomina de “geração digital” têmmudado. Diante disso, ao formar profissionais para o futuro, nas escolas o aluno não deve conti- nuar sendo passivo, restrito a apenas olhar, ouvir, memorizar. A nova proposta peda- gógica sustentada pela interatividade supõe participação, cooperação, bidirecionalidade e pluralidade de conexões entre conhecimento, informação e atores participativos. O ambien- te 2.0 veio expandir todas as múltiplas pos- sibilidades na dança informativa multimídia dos hiperlinks, wikis, twitters, redes sociais diversas, criando espaços para que as escolas ocupem e façam os alunos criarem ideias a partir de imagens, inventando e reinventan- do tudo o que pode tocar, ver, cheirar, ouvir, respondendo a estímulos multissensoriais, transformando e construindo tudo aquilo que está ao seu alcance. A escola deve ser esse espaço das infinitas possibilidades para deixá-las todas ao alcance dos alunos, que precisam desenhar o mundo que desejam a partir de um novo imaginário e de uma nova realidade cognitiva. Aprender a desaprender A vez do especialista consagrado pela era industrial está chegando ao fim. A era do conhecimento requer perfis latitudinais, mul- tifuncionais, policompetentes. Nesta era de mudanças velozes é preciso sair das amarras da especialidade e abrir as portas dos silos de conhecimento, abrindo-se para o novo. Tempo de desaprender e reaprender à luz de um novo olhar sobre a mesma realidade. Como especia- listas não somos mais nada do que guardiães de um saber sem validade, resultado de um diploma também com prazo de validade.
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