Revista da ESPM

N inguém ignora que o conceito dos BRICs, proposto pelo economista americano Jim O’Neill, é uma concepção puramente imaginária, como oTrópico de Capricórnio ou a Linha do Equador. No entanto, são essas interpretações subjetivas da realidade as que mais excitam a imaginação humana e os países que formam os BRICs já se reuniram por diversas vezes, buscando aprofundar os seus interesses comuns. No fundo, trata-se de mais uma faceta do surgimento das chamadas potências emergentes no panorama internacional, disputando os lugares antes ocupados exclusivamente pelos países ricos. Quando preparamos a pauta desta edição, tínhamos muitas dúvidas sobre as cre- denciais do Brasil para ocupar o seu lugar entre os BRICs e corresponder, assim, à expectativa do resto do mundo a nosso respeito. Hoje, depois dos debates, entre- vistas e estudos que o leitor lerá nesta edição, algumas perguntas ainda ficaram semresposta.OBrasil temcondições para firmar-se entre os BRICs e irmuito além, no concerto das nações mais prósperas e influentes domundo.Temos abundância de recursos naturais, grande mercado interno e uma classe empresarial agressiva e inovadora, mas ainda não fizemos a nossa lição de casa. Ainda não fizemos as reformas de que tanto se fala e que, talvez, nunca venham a ser feitas. Esta é a essência do problema: queremos guardar o bolo,mas tambémqueremos comê-lo. Naverdade,talvezmais importantedoqueosproblemas conjunturais,quedificultam o nosso pleno desenvolvimento, está a nossa posição diante do mundo. Queremos realmente ouvir os outros e ser ouvidos por eles? Queremos participar da discussão dos grandes problemas da humanidade e ajudar a encontrar soluções para eles? Acimade tudo,temos uma consciência claradoque significa ser umBRIC?Na correta acepção do termo, os BRICs correspondema uma autêntica classemédia ascendente, na sociedadedas nações.Estando ameio caminho entre os ricos e os pobres,os BRICs enfrentam tanto os problemas daqueles quanto os destes.Mas isso lhes dá tambémo privilégio de servir de elo entre os países ricos e os pobres, pois são os únicos capazes de entender a ambos.A política externa brasileira deve refletir sobre essa dualidade e ser, ao mesmo tempo, conciliadora e construtiva, buscando a aproximação entre os povos e evitando a radicalização das diferenças. Foi esse, aliás, o grande erro cometido pela política externa do presidente Lula, agora felizmente corrigido por sua sucessora. Segundoamaioriadenossosentrevistados,articulistasedebatedores, oBrasilretomou o rumo tradicional da diplomacia do Itamaraty e dela não deve afastar-semais. FRANCISCO GRACIOSO Presidente do Conselho Editorial PARA ASSINAR, LIGUE: (0XX11) 5085-4508 OU MANDE UM FAX PARA: (0XX11) 5085-4646 - SITE: WWW.ESPM.BR C onselho editorial Francisco Gracioso – Presidente Alexandre Gracioso Hiran Castello Branco J. Roberto Whitaker Penteado MTB n o 178/01/93 Thomaz Souto Corrêa C oordenação E ditorial Lúcia Maria de Souza P rojeto G ráfico e E dição Miriam Duenhas C omercial José Mauricio Pires Alves Tel.: (11) 5085-6686 e-mail: jose.alves@espm.br C apa Haus + Packing Design R evisão Anselmo Teixeira de Vasconcelos Antonio Carlos Moreira R edação Rua Dr. Álvaro Alvim, 123 São Paulo – SP – CEP 04018-010 Tel.: (11) 5085-4508 Fax: (11) 5085-4646 e-mail: revista@espm.br I mpressão Editora Referência Rua François Coty, 228 CEP 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766 Fax: (11) 2065-0721 e-mail: grafica@editorareferencia.com.br D istribuidor E xclusivo Fernando Chinaglia Distribuidora S/A R evista da ESPM – uma publicação bimestral da Escola Superior de Pro- paganda e Marketing. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores. Professores, pesquisadores, consul- tores e executivos são convidados a apresentarem matérias sobre suas especialidades, que venham a contri- buir para o aperfeiçoamento da teoria e da prática nos campos da adminis- tração em geral, do marketing e das comunicações.Informações sobre as formas e condições, favor entrar em contato coma coordenadora editorial. Brasil , o conciliador do futuro

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