Revista da ESPM - MAI-JUN_2007

62 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2007 Case-study Atualmente, as MPs ganham mais e mais importância nas redes de varejo. Não dá para esconder o au- mento que trazem à rentabilidade do negócio, tampouco ocultar a contribuição para consolidação de marcas institucionais na mente do consumidor e a necessidade de criar departamentos específicos para gerenciar o assunto. De acordo com a Nielsen, em 2006, 33% dos lares brasileiros consumiram produtos de marcas próprias; 43% dos gastos com mar- cas próprias foram realizados na região da grande São Paulo; houve um aumento no volume de vendas de marcas próprias no Brasil de 10% (face a 17% de marcas de fabricantes); os compradores estão concentrados nos domicílios com quatro ou cinco pessoas, com do- nas-de-casa na faixa etária entre 41 e 50 anos, com filhos adultos, de 18 a 29 anos; no primeiro trimestre de 2006, 12 milhões de domicílios brasileiros compraram marcas próprias ao menos uma vez; houve um aumento na per- NO BRASIL AS PRIMEIRAS MPS SURGIRAM NA DÉCADA DE 60 COM OS SUPERMERCADOS SENDAS E PAES MENDONÇA. DE ACORDO COM A NIELSEN, EM 2006, 33% DOS LARES BRASILEIROS CONSUMI- RAM PRODUTOS DE MARCAS PRÓPRIAS; 43% DOS GASTOS COM MARCAS PRÓPRIAS FORAM REALIZADOS NA REGIÃO DA GRANDE SÃO PAULO; HOUVE UM AUMEN- TO NO VOLUME DE VENDAS DE MARCAS PRÓPRIAS NO BRASIL DE 10% (FACE A 17% DE MARCAS DE FABRICANTES). varejista, atacadista, associações, ou qualquer outro distribuidor de bens de consumo; comercializados exclusivamente em estabelecimento próprio. No Brasil, as primeiras MPs surgi- ram durante a década de 60 com os supermercados Sendas e Paes Mendonça. Antes disso, existiam as marcas genéricas – produtos ensacados por pequenos comer- ciantes, sem nenhuma menção de origem, sem trabalho de criação, sem embalagem elaborada. Redes como BomPreço e Pão de Açúcar trouxeram suas MPs às gôndolas nos anos 70. Mas todo esse movimento aconte- ceu muito tempo depois do surgi- mento de MPs na Europa e Estados Unidos. Isso gerou uma defasagem do Brasil em relação aos países com maior participação nesse setor. Nos anos 80, houve uma explosão de lançamento de MPs, mas a falta de know-how gerou marcas frágeis, sem critérios e, conseqüentemente, mal desenvolvidas. Por sua vez, o consumidor não percebia valor nas MPs, pois naquela época enfrentava uma fase de inflação alta, onde o importante era estocar. Já a década de 90 trouxe um novo consumidor, respaldado por um Código, cujo conteúdo refletiu em mudanças no comércio e na indústria (maior preocupação com qualidade, embalagem, preço, valor de marca). Foi um período marcado por fusões e aquisições de empresas entre redes de supermercados, que perceberam nas MPs uma oportunidade para criar vantagem competitiva. IO / JUNHO DE 20 7

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