Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 84 } Se o shopping está cada vez menos sendo um local onde as pessoas vão necessariamente para comprar, por que continuar chamando isso de shopping center e não criar logo outro termo? ~ transformação que está acontecendo agora vai mudar tudo isso. Pode ser em 2011 ou 2012, mas está prestes a acontecer. KELLER – Saímos de um período sem crescimento, fomos para uma fase na qual crescemos 2% e agora estamos em um momento em que crescemos 4%. É isso que está mudando no Brasil: a estabilidade. O empresário poder enxergar lá na frente. SIMONSEN – A massa das classes C e D que vai aos shoppings aos domingos é a razão de tudo. NABIL – O Grupo Walter Torre, da WTorre JK, está com um projeto para construir 40 shoppings nos próximos três anos. MARINHO – Também vamos ter crescimento no segmento de luxo e de média renda. Muitas marcas internacionais vão desembarcar por aqui. PASTORE – Mas existem armadi- lhas nesse crescimento e a principal delas é crescer e agregar valor ou crescer só quantitativamente? KELLER –Distribuir qualitativamente. PASTORE –Existeuma forçaquegera a repetição de fórmulas do passado. É mais fácil fazer um novo shopping esteticamente diferente, mas concei- tualmente igual. MARINHO – E sortear um carro na inauguração. MÁRIO RENÉ – Uma pergunta geral, citandonovamenteobomevelhocon- sumidor: que nota o consumidor cos- tuma atribuir aos shoppings centers? NABIL – A resposta está no cresci- mento de público, em média de 8% a 10% ao ano. Quando se fala em mais de 400 milhões de pessoas/mês que frequentam esses empreendimentos, a resposta está aí, na satisfação – in- dependentemente dos problemas de assalto ou de esperar meia hora para estacionar. Mas se o consumidor se planejar, ele vai chegar ao shopping ummês antes doNatal, às 10 horas da manhã, fazer uma pesquisa e comprar com tranquilidade. O brasileiro que trabalha e tem de comprar em média 40 presentes para família e amigos precisa ir ao shopping. MÁRIO RENÉ – Existe algum mo- nitoramento para medir esse grau de satisfação ao longo do tempo? É possível precisar se esse índice está melhorando ou piorando? GRACIOSO – Está aumentando cada vez mais o número de pessoas que vai ao shopping fazer compras. MÁRIO RENÉ – Talvez por falta de opção. NABIL – A partir das 19 horas, o co- mércio de rua, praticamente, deixa de existir. Com isso já se tem um fluxo de pessoas que, naturalmente, por neces- sidade, vai para o shopping. Já durante o dia, as pessoas que saem para fazer compraspensam:“qualéolocalqueme dá a oportunidade de comprar tudo?”, porque falta tempo e o diferencial do shoppingéaconveniência.Noshopping vocêpaga estacionamentomas temum retorno de serviços e seu carro está se- guro. Você temuma série de benefícios que caracterizam a continuação desse crescimento, dessa massa praticando shopping center cada vez mais em função de todos esses atributos que são indiscutíveis nesses empreendimentos.
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