Revista da ESPM

janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 83 } A massa das classes C e D que vai aos shoppings aos domingos é a razão de tudo. ~ FNAC para ver que a faixa etária não passa de 30 anos. PASTORE – O shopping pode falar sobremoda. KELLER – Não. O shopping pode es- colher seus operadores, como a FNAC, que tem uma gama de itens para os consumidores entre 20 e 30 anos. A maneira de sensibilizar esse público é oferecer o produto certo. PASTORE – Se tenho interesse por moda e esporte, quempodeme dar um conteúdointeressanteéoshopping.Eaí eu estabeleço um relacionamento com esse shopping e vou comprar nele. SIMONSEN –Como o caso citado pelo Nabil: você vem aqui, anda de manhã, toma um café e depois passeia pelas lojas. GRACIOSO – Vocês falaram tanto de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Natal,masporquenãocitaramosshop­ pings de interior? Aqui, sabemos que 60%das vendas de varejo são feitas fora da grande São Paulo – desde São José doRioPreto até São José dosCampos e PresidentePrudente.Nãotemshopping nesses lugares? NABIL – O município hoje que não tiver a preocupação de ter umshopping center vai perder arrecadação para o empreendimento vizinho. Existe atual- mente uma grande preocupação nesse sentido. Atendênciaéde interiorização, em função até dos espaços disponíveis. Há 15 dias, estive em Garanhuns, a três horas de carro de Recife, onde foi lançado o primeiro empreendimento. Fizemos a abertura do evento e na se- manaseguintequandoligueiparasaber dos resultados fui informado de que já tinham vendido 75% das lojas. De lá fomos para Macaé, onde há dois anos funciona o único empreendimento da região, que está mudando. Entrou uma nova administradora, que está prepa- rando uma ampliação e já estão pen- sando num segundo empreendimento para a cidade. Sentimos que os projetos irãoaumentarnointeriordetodooPaís. Teremos nos próximos cinco anos o dobrodamédiados últimos cincoanos. GRACIOSO –No interior? NABIL – No Brasil de ummodo geral, mas claro que a interiorização é um foco. Teremos já no fechamento deste anode38a40empreendimentos sendo inaugurados.Nospróximos cincoanos, essa vai ser amédia. MARINHO –A indústriados shopping centers no Brasil vai passar por uma forte interiorização e diversificação de modelo, com novos formatos. E a grande ameaça é que fazemos parte de um setor muito tradicional. Con- tinuamos sorteando carro no Natal apesar de saber que issonão funciona. Seguimos aplicando asmesmas estra- tégiasdemídia convencional nas redes sociais, dando foco no grande lojista e matando a galinha dos ovos de ouro, o pequeno lojista, que é fundamental no negócio. Damos as costas para as marcas regionais apesar de saber que nosso futuro é a interiorização. PASTORE – Em Natal (RN), estive com um empresário, dono de uma confecção com 30 franqueados, que foi recusado em São Paulo. Ele foi convidado por um dos executivos, apresentou o projeto e o comitê barrou, dando preferência a umamarca do eixo Rio-São Paulo. Ele ficou frustradíssimo. SIMONSEN –Comtoda razão. Sortear carrotodoano,mesmosabendoquenão dá certo, é um bom exemplo. Mas essa

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