Revista da ESPM
janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 79 } Nunca foi templo. O shopping é o lugar onde as pessoas vão comprar. ~ cisaria ser milionário para acelerar esse processo de crescimento. KELLER – E nós, que estamos cons- truindo o shopping, temos a certeza de estar colocando lá um lojista que sabe operar. GEORGE – Hoje temos a geração “smartphone”, um público de 12 a 30 anos que vivena base da comunicação direta. Como se fala comesses jovens, que são os futuros consumidores do shopping center? MÁRIO RENÉ – A minha pergunta é: como vocês encaram uma diferença básica entre a constituiçãode umshop- ping para alta renda, como o Ibirapuera ouoMorumbi,eumshoppingdeclasse popular? O que cada um espera desses empreendimentos? SIMONSEN –Nopassado, costumáva- mosdizer que shoppingcenter era loca- lização, localização, localização. Hoje, não vejo mais por esse ângulo. Outra frase famosa era: “A obrigação do em- preendedor é trazer o consumidor para o mall ; já a obrigação do lojista é vender epagar aluguel”. Esteéumconceitoan- tiquíssimo que está mudando. Logo os shoppingsestarãousandoassuasverbas para fazer treinamento dos lojistas. GEORGE – Você fala de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas se for para Ma- ceió ou Aracaju, verá que o problema é muito maior e está longe de ser resolvido. O lojista paulista aprende com o vizinho. Mas o mercado de lá é desinformado e ainda precisa de toda a educação de varejo. KELLER –Tantoquealgumasempresas com projetos para a região Norte estão tendo dificuldade de comercialização. Conseguemlevar daqui aLojasMarisa, a Casas Bahia, mas não conseguem sensibilizar 75%de ABL. MARINHO – Emcompensação o con- sumidor, das regiõesNorteeNordeste, temumaexpectativade serviçomenor. De qualquer maneira, quem é esse novo consumidor? PASTORE –Existeumhiato. Estive em Natal(RN),evisiteioMidwayMall,que tem um mix de lojas muito semelhante ao de São Paulo, commuitas franquias. Nãosei seoconsumidor temsuaneces- sidadeatendida,porquevêimpostauma condição definida pelo empreendedor doshopping,queapresentaumconjunto de lojasparecidocomoque tememSão Paulo. Temos uma inércia e isso vemdo varejo, que é a massificação, impomos condições, está aí a crise dos hiper- mercados. O consumidor está dizendo “não quero mais volume, quero algo customizado, senão vou para a internet e faço o que quiser”. MARINHO – Os hipermercados são uma alternativa para esse consumidor popular, a classe C se sente em casa no Carrefour e no Extra. Eles estão se adaptando para vender eletros, brin- quedos, roupas, bazar e computadores para esse consumidor. PASTORE –Oformatoentraemrevisão e aí voltamos para uma questão mais central,naqualopróprioempreendedor de shopping não desenvolve conheci- mento no mercado local. Ele espera lá fora aprender alguma coisa com quem já fez, e dar o seu jeitinho. Temosmatu- ridade suficiente para desenvolver um modelo de shopping brasileiro. MARINHO –Eprecisaserassim,porque o consumidor brasileiro é diferente e essa classe C emergente não tem nada aver comoqueexistenoexterior, assim como a geração Y de outros países é diferente da nossa geração Y. É claro
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