Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 78 } Tudo o que se viveu no mundo dos shoppings até agora será, no futuro, visto como uma etapa preliminar na história do segmento no Brasil. ~ advento, em 2007, do IPO das empre- sas, que abriram o capital na Bolsa de Valores, agora tem tambéma exigência dos acionistas em, além de gerar lucro, estar sempre em transformação. Esses empreendimentos são extraordinários em todos os sentidos. Mas precisam melhorar a relação com os varejistas – não comas âncoras, que têmuma série de condições especiais –, mas com o pequeno varejo, que representa 75% do total de lojas de um shopping. O pequeno empresário temde ser tratado como âncora. Tivemos uma operação em Miami (EUA), por três anos. Logo noinício,noschamaramparaumamesa semelhante a esta, com profissionais do departamento de marketing e es- pecialistas emvarejo, que abriramuma pasta e começaram a discutir todos os pontos relevantes da nossa loja: horário de abertura, postura do profissional, rotação de estoque, quantidade de pro- dutos. Deram-nos uma verdadeira aula de como se deve trabalhar no mercado americano e também três meses de aluguelgratuito.Edisseramclaramente: “Se você não conseguir viabilizar sua operação, infelizmente não poderemos continuar coma parceria”. É umprofis- sionalismo muito rígido, mas também muito aberto e franco, coisa que não vi ainda no Brasil. Estamos aprendendo muito,ovarejonoBrasilémuitorecente, são44 anos de shopping centers.Nosso varejo ainda está engatinhando. E os shoppingscomasuaadministraçãotêm a função fundamental de ajudar esses empresários a se desenvolverem. PASTORE –Nabil, nós temosessecur- so de Marketing para Shopping Cen- ters e ouço oMarinho, que é professor do curso, e outros gestores declararem quehojeo shoppingprecisa conhecer a operação do varejo para poder auxiliar seus parceiros. Então, o shopping já mudou de postura. MARINHO – Mas a grande maioria da verba de marketing é gasta para levar clientes aos shoppings e uma parcela minúscula para ajudar o lojista, o que é umcontrassensoporqueoshoppingnão cobra ingressonaporta, elevivede suas lojas.EssepequenolojistaqueoNabilci- touéograndeameaçadopelarevolução do varejo brasileiro, nomomento. GRACIOSO – Mas, nesse contexto, pa- rece que os shoppings estão apostando em franquias. Segundo Luiz Fernando Pinto Veiga, presidente da ABRASCE, 60% das lojas de shoppings hoje são franquias, oqueémuitomaisdoqueno comércio de rua. Por que isso acontece? NABIL – Numa convenção recente da Associação Brasileira de Franquias (ABF), chegou-se ao percentual de 55%. Existem, aproximadamente, 1,7 mil franqueadores de marca, número que até o final do ano deverá crescer para 1,9 mil franqueadores máster. Em época de crise a franquia é um grande negócio. As pessoas que perdem seus empregos têm a opção de fazer um investimento de R$ 30 mil e ter uma franquia. Nos Estados Unidos, dentro do varejo normal, mais de 50% são franquias. No Brasil há potencial para deslanchar e muitas empresas estão trazendofranqueadoresemarcasnovas, por isso esse crescimento. As franquias sãomuitoprocuradas porque, comelas, cresce-seseminvestimento;apenasuma boa operação e consegue-se concorrer emummercadoaltamentecompetitivo. Umbomexemplo é a Cacau Show, que chegou a mil lojas, assim como a Chilli Beans que, em oito anos de operação, conta com 350 operações de franquia. Você cresce de forma rápida, sem usar o investimentodo empresário, que pre-

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx