Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 76 } Segundo a ABRASCE, são mais de 450 milhões de pessoas que prati- cam shopping center todo mês. ~ reprodução da rua. Além disso, tanto o shopping Nova América como o Norte Shopping,noRiodeJaneiro,jápossuem a sensação real. E aí vem outro ponto interessante: nos anos 90, os shoppings brasileirosdeixaramdesersimplesmen- te um templo de consumo para abrigar uma população que queria conviver, mas não estava se sentindo à vontade nas ruas em função de segurança, cli- ma, falta de estacionamento etc. Hoje, o shopping émais do que umcentro de compras, o que obriga o lojista amudar um pouco o seu padrão de operação, porque tem de capturar um consumi- dor que está passando ali muitas vezes sem intenção de compra, mas que num impulsopode acabar consumindouma roupa, umperfume ou um sapato. MÁRIO RENÉ – Os strip centers são aqueles pequenos, em formato de U? GEORGE – Todos eles são emL ou U e ficamemalgumpontochaveparaaten- der a uma determinada comunidade. SIMONSEN – E normalmente são an- corados por alguma loja grande. KELLER – A diferença é que nesses projetosofocoéoimobiliário.Oobjetivo é construir e alugar. Shopping center é muito mais do que isso, é pensar em um projeto para daqui 20, 30, 40 anos e construir uma relação como lojista. MARINHO – Neste caso, o foco do empreendedorédecurtoprazo,imedia- tista. Já o foco de um shopping é para, no mínimo, 50 anos, por isso precisa estabelecer uma relação com o lojista, um incremento de vendas, umplaneja- mento. Veja onosso caso: como a classe C está crescendo no Brasil e o comércio varejista do País cresceu mais de 10% nos últimos oito anos, desenvolvemos projetos pequenos para atender a esse público e ganharmos velocidade. Até porqueemSãoPaulonãotemlugarpara grandes projetos. SIMONSEN – Não concordo com o Georgequandoeledizqueum stripcen- ter –comduasâncorasgrandes,40lojas, praça de alimentação, estacionamento, segurança... – não seja shopping center. GEORGE – O grande número de estabelecimentos que o ICSC chama de strip center são aqueles que têm ar condicionado sónas lojas, não têmuma administração geral, nem uma loja ân- cora. Quando se fala emduas âncoras e segurança, isso é um shopping. PASTORE – A ABRASCE, como é a associação que representa os em- preendedores, impõe alguns limites conceituais, mas se pegarmos qualquer bibliografia, o shopping center é um centro comercial organizado. Sendo organizado, o strip center pode ser um shopping center, embora não caiba na definição da ABRASCE. MÁRIO RENÉ – Mudando o foco para o consumidor. Na época do Natal, não passo perto de shopping, porque é difí- cil de entrar e estacionar. Então, como o consumidor encara um shopping atualmente? A outra pergunta é: se o shoppingestácadavezmenossendoum local onde as pessoas vão necessaria- mente para comprar, por que continuar chamandoissodeshoppingcenterenão criar logo outro termo? KELLER –Oproblemaéque,enquanto as pessoas quiserem escolher vários tipos de tênis ou de roupas, elas vão continuar enfrentando problemas para estacionar num grande shopping. Só ele tem um mix capaz de proporcionar ao consumidor variação de preço e qualidade. Um shopping pequeno não oferece tanta variedade.
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