Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 70 torres de apartamentos e edifícios comerciais tem tudo para ser o novo templo do mau gosto em São Paulo. Entretanto, diante da tragédia estilística, há uma boa notícia, ainda não divulgada: depois que diversos artigos na imprensa bateram, entre outras, na tecla de que o neoclássico é brega, os apavorados empreendedores mudaram os rumos do projeto.” Continua mais adiante: “Queimaram as propos- tas existentes e, em cima da hora, convocaram Arthur Casas – um declarado crítico do estilo de época – para desenhar as áreas comuns do centro de compras. Saiu a cúpula de vidro que marcaria a entrada – emulando as galerias parisienses do final do século 19 – e entraram os pátios abertos, com vegetação tropical. Materiais e pormenores também são interessantes, o que coloca o projeto de Casas entre os mais bemdesenhados interiores desse programa na cidade.” Ou seja, o Shopping Cidade Jardim inovou por ser um projeto de uso misto – agrega áreas de moradia, trabalho e comércio – por ter se afas- tado do neoclássico paulista, por seu grande vão descoberto central e por seus acabamentos, seu mobiliário e paisagismo exuberante. Esse passeio dá uma ideia dos principais partidos arquitetônicos adotados por alguns shopping centers, em São Paulo. Algumas concepções parecem não ter resistido ao tempo, foram submetidas a grandes reformas, enquanto outras continuam atuais. Con- cluindo, vamos olhar para o futuro, que, ao que tudo indica, parece estar voltado para duas vertentes. A primeira é a de se investir cada vez mais em arqui- tetura de qualidade; projetos inovadores, complexos e ousados. Umexemplo é oWestfield London Shop- pingCentre, abertoem2008nos bairrosdeHammer- smith e Fulham, bempróximo ao centro de Londres. No átrio principal, estruturas que lembram árvores brancas sustentam o teto executado em triângulos, na maioria translúcidos, promovendo a entrada de luz natural. Essamodulaçãopermite ummovimento ondular, torna a cobertura dinâmica. O inovação causada pelo Shopping Cidade Jardimfoi ter seafastado do neoclássico paulista, adotandoumgrandevão descoberto central, com mobiliário e paisagismo exuberante. Divulgação

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