Revista da ESPM
janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 59 JOÃO BATISTA FERREIRA CEO da J2B Innovation, membro da NRF – Na- tional Retail Federation, do F.I.R.A.E. – Forum for International Retail AssociationExecutives, ediretor do RDI – Retail Design Institute. Foi diretor geral do Fórum Global na Eco 92. é o “Cidade Center Norte” que, de um brejão, construiu um centro de compras, com estacio- namento gratuito, que até hoje é um dos que mais vendem, por área, no Brasil. O papel dos shopping centers como vanguarda do consumo A realidade predominante é a vida cotidiana, mas há tambémoutras como o sonho e a imagi- nação. É nesta vida cotidiana que os indivíduos participam com outros, numa intersubjetivida- de. Estou sozinho no mundo de meus sonhos, mas sei que o mundo da vida cotidiana é tão real para os outros como para mim mesmo. “É possível abordar o shopping como um siste- ma amplo de legitimação do universo que pro- porciona ao seu usuário condições para integrar significados ligados a processos institucionais díspares em um todo dotado de sentido. Lá ocorrem as transações de valores e base das relações sociais”. (Sérgio Lana, O homem e o shopping – tese de doutorado UFMG – 2008). O cotidiano dos indivíduos está mudando numa velocidade vertiginosa neste século XXI. Cada vez mais a imaginação avança para territórios complexos e pouco compreendidos na razão de sua existência. A internet, por exemplo, facilita a interação, mas provoca um“quantum” avassalador demistério de “como é possível isto acontecer ? ”, fora do alcance do homem comum. Entretanto, é lá que ele expande seus conhecimentos sobre produtos e serviços que o ligam ao universo do cotidiano. Celulares smartphone desejáveis, apresentados pela Apple, fabricados na China e vendidos em todo o mundo, construindo assim um simbolis- mo que, empaíses emergentes como o Brasil, só pode ser encontradonos “shopping centers”, pois é lá que se encontra o meu “mundo ideal”, a rua esterilizada, o meu “bairro”. O mercado imobiliário busca apropriar-se desse imaginário, desse ambiente onírico, presente em todos nós. No entanto, devido à sua determinação de buscar a transação de valores, de fazer crescer o faturamento dos lojistas, os projetos de shopping centers têm uma limitação intransponível: tudo acaba na cancela do estacionamento. Mas está fadado ao sucesso, pois como dizia o mestre Roland Corbisier: “estamos dedicados à vida privada, pois estamos privados da vida pública”. As ruas, as calçadas, o trânsito e a violência dei- xam rastros perversos no cotidiano. O Shopping Cidade Jar- dimemSãoPaulo, isola- do, projetouumconjunto de edifícios residenciais e de escritórios, extre- mamentesofisticadosno entorno do “ mall ”. ES PM Divulgação
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