Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 56 Os espaços tradicionais não são mais suficien- tes para a sensação de pertencer ao progresso, ao mundo globalizado, solicitando acesso aos benefícios que, de um consumo experiencial, só nos últimos tempos pôde ocorrer. Essa emergência carrega consigo o sucesso das indústrias e das redes de varejo, amplificando os ganhos de capital. Urge que sejam implementados canais adequa- dos para escoar a produção e a experiência de consumo desejada pela população, que enri- queçam o entorno do cotidiano. O shopping center cumpre, em grande parte, como uma extensão deste “bairro ideal”, para além das calçadas esburacadas, território inseguro, que alimenta o imaginário urbano, como um bairro de uma “cidade ideal”: A casa, a rua e o bairro descomprimido, lindo, seguro, conveniente, com ali- mentação, cinema, diversidade das lojas ( mix ), estacionamento, paquera, festa, consumo... tráfego e retorno! A casa, a rua e o shopping “A forma é o resultado de um processo cujo ponto de partida não é a própria forma” (Argan, A história da arte como história da cidade – 1984). O shopping center tal com o conhecemos hoje é uma obra da cidade, uma extensão do “Market Platz”, da secular Praça doMercado, onde escoa­ va a produção, local dos rituais de socialização. Podemos entender que já há muito que esses espaços de escoamento e interação social, base da cultura, vêm ampliando-se para espaços coletivos privatizados – shopping centers, pois, “no Brasil, a casa e a rua não representam apenas espaços geográficos, mas são acima de tudo entidades morais, esferas de ação social . ” ( A casa & a rua – DaMatta – 1984 ). O ICSC – International Council of Shopping Centers – a maior instituição domundo que re- presenta os negócios de shopping center, com sede em Nova York, realiza todos os anos um evento onde a indústria de shopping encontra- -se com os seus ocupantes lojistas. O nome deste evento? ReCon – Real State Conference, REGIÃO Classe A Classe B Classe C Norte + Centro-Oeste 25% 42% 33% Sul 22% 43% 35% Sudeste 26% 41% 33% Nordeste 23% 39% 38% Brasil 24% 42% 34% COMPOSIÇÃO SOCIAL DOS FREQUENTADORES DE SHOPPING CENTERS NO BRASIL: Fonte: Censo de shopping centers 2010 - ABRASCE O primeiro shopping “fechado” dos Estados Unidos – Southdale – abriu em Edina, Minne- sota em 1956. Divulgação

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