Revista da ESPM
janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 53 } Até agora, a maior par te do crescimento dos ne- gócios vinha da classe média e média alta (e ainda há espaço para o crescimento dessas categorias). ~ M i c h a e l K e r c h e v a l cífica e que os proprietários de lojas emshopping centers estão atendendo a ela. Até agora, amaior parte do crescimentodos negócios vinha da clas- se média e média alta (e ainda há espaço para o crescimento dessas categorias). Mas, ao mesmo tempo, acredito que haja espaço para atacadistas e comerciantes populares, que atendem clientes de baixa renda. GRACIOSO – Parece que a globalização já chegou ao mundo dos shopping cen- ters e há grandes grupos internacionais expandindo-se no setor. Quais são as características dessa globalização? Pode-se esperar o surgimento de filiais dos grandes shopping centers america- nos em outros países ou a participação é apenas acionária? KERCHEVAL – A recessão nos Estados Unidos obrigoumuitos proprietários de shopping centers e varejistas a olharem além das suas fronteiras para oportunidades de crescimento, particu- larmente em países como Brasil e China, que não foram tão impactados pela crise. Enquanto muitas empresas de desenvolvimento de shop ping centers americanas e canadenses estão procurando investir nesses países, os varejistas tambémestão procurando abrir suas lojas nesses países. Isso é bom para todos, para o fluxo de capital e o desenvolvimento de conhecimento, que ajudará a profissionalizar os negócios desses mercados emergentes, aomesmo tempo emque a variedade de mercadorias disponíveis para o público tende a aumentar. GRACIOSO – Finalmente, poderia citar algumas políticas e técnicas comerciais desenvolvidas nos Estados Unidos que podem ser aproveitadas pelos shopping centers brasileiros? KERCHEVAL – O negócio de shoppings centers no Brasil pode aprender muito com os Estados Unidos. Em particular, com os erros que levaram o país para a recessão. Para atingir um futuro estável e próspero, o Brasil não deve permitir que o desenvolvimento seja impulsionado pelo próprio ego, a busca do capital, o otimismo exagerado ou pelo fato de que alguns varejistas de alto nível acham que determinada coisa é uma boa ideia. Todas as previsões de estoque devem ser baseadas nas projeções de demanda do mercado. O Brasil deve empregar as melhores práticas de gestão e garantir que o mix de lojistas seja adequado ao que quer o mercado, em vez de apenas correr atrás de grandes cadeias varejistas. Além disso, o Brasil não deve admitir que um novo conceito será um sucesso só porque ele foi criado por uma empresa varejista de grande nome. Os proprietários de shopping centers brasi- leiros precisam continuar fazendo, a passos largos, o que já fizeram nos últimos anos: evoluindo a ideia de serem apenas uma reu- nião de lojas, para se tornarem lugares real- mente vibrantes, onde as pessoas não querem apenas comprar, mas também desejam se encontrar e passar o tempo agradavelmente. O setor também precisa ser líder em práticas sustentáveis e entender como tirar proveito do enorme avanço da tecnologia que está moldando o consumidor e o comportamento varejista. Por último, eles não devem pensar que o shopping fechado é o único formato de centro de compras que terá sucesso no Brasil. Eles devem considerar o tamanho e os tipos apropriados para atender às demandas da comunidade a que servem. ES PM
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