Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 48 nástica, a lanchonete). Àmedida que o indivíduo se torna habitué do local, ganha “badges” ou emblemas quepodemtorná-lo “prefeito”do local. Outras pessoas que visitam esses mesmos locais podemsaber quando existemoutros consumido- res ou amigos “logados” naqueles lugares. A pla- taformaAndroid, doGoogle, oumesmo o iPhone tambémpermitemque os usuários informemsua posição emserviços on-line de forma que amigos ou pessoas de sua rede de contatos possam saber quando eles estão por perto. Se há toda essa disponibilidade de informação combase em localização, o que impede os lojistas de criar formas novas de convidar clientes que estão nas imediações a uma experiência dife- renciada? Na realidade, o diferencial será imple- mentar iniciativas que cruzemessas duas coisas e ofereçam, de verdade, algo novo ao consumidor. Por quenãocriar umserviçodiferenciado, criativo, que chame a atenção, por exemplo, de crianças quando, na verdade, o lojista está de olho no con- sumodospais? Issopode ser feitoquandoo display de plasma da vitrine, que está na altura dos olhos de uma criança, exibe uma animação de conteú- do infantil e, em seguida, pede que ele chame a atenção da mamãe para um “presente” que ela poderia dar a si mesma numa loja de cosméticos. Bancos, como o Itaú, que em suas agências 2010 estãoadotando telas deplasma sensíveis ao toque, poderiam habilitar aplicações que interagem em dois níveis, com um game para a criança no nívelmais baixoda tela, enquantoamãe fazuma simulação de crédito ou de aplicação financeira. E quanto aos casais? Como é que as lojas com foco no público feminino perdem a oportuni- dade de oferecer algum conteúdo aos homens que aguardarão umbelo par de horas enquanto as mulheres gastam“cincominutinhos”, esco- lhendo o cinto que combinará coma bolsa, que precisará de um sapato que ela ia comprar em outro lugar? Um display poderia rodar umcon- teúdo bem-humorado com a última rodada do brasileirão, comuma frase: “já que você não vai a lugar nenhum mesmo, aproveite para saber como vai o seu time do coração na tabela do campeonato brasileiro”, seguido de uma oferta na linha “e que tal comprar um presente para a esposa? A seção de acessórios está com uma promoção imperdível neste mês”. Além da oportunidade diferenciada para con- quistar o consumo, é preciso pensar nos novos consumidores da base da pirâmide. Oshopping é um ambiente com diversidade de opções, mas também é um ambiente democrático por natureza e o consumidor da base da pirâmide, ascendente que é, não pode ficar relegado a segundo plano. É importante converter essa camada do mercado em oportunidade de ven- das, comanúncios inclusivos, treinamento para vendedores de todos os campos, oferta de crédito e demais facilitadores. Em outros tempos, bastaria “espantar” o consumidor que “não condiz com o am- biente” da loja e se teria um mecanismo de seleção e segmentação – frustrante do ponto de vista econômico e social. Hoje em dia, até o mais simples auxiliar de serviços pode ter o iPhone igual ao do top executivo, graças ao parcelamento quase infinito de sua compra. O produto pode ser premium , mas ele não está mais restrito aos consumidores do topo da pi- râmide: todos podem se realizar consumindo produtos premium e aspiracionais. E onde essa O Foursquare, recente rede social, que cruza hábitos de visitação com posicionamento geográfico.
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