Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 46 de crédito, podem permitir ainda a apreciação de experiências culturais e gastronômicas dife- renciadas como a busca por um livro, um filme no cinema, uma exposição de arte, uma peça de teatro, um café de qualidade ou sobremesas indescritíveis. Os shoppings também são termômetros do aumento do poder de consumo dos brasileiros, já que as opções de locais aumentam à medida que a classemédia se expande. Eas vendas nestes pontos-de-venda crescema taxasmaiores doque as do varejo tradicional. Semantiver a tendência, o Brasil deve chegar ao final de 2011 com 439 shopping centers, sendo que, destes, 29 serão inaugurados emSãoPaulo, segundoapontaestu- do daAssociação Brasileira de ShoppingCenters (ABRASCE), que registrou 18 novos projetos de centros de compras só neste ano. Substituto da praça quase ancestral, cujo papel era o de espaço de convivência de diversos públicos, ou do comércio de rua (que, aliás, vem mudando sua forma de atuação), o shopping tem a vantagem de ser umambienteprevisível, commúltiplas possibilidades de escolha, controlado, seguro (salvo aqueles com famosas joalherias), e, na maioria das vezes, com estacionamento coberto e pago. Além de todas essas conveniências, é nesses ambientes que o consumo se realizaemsuasmúltiplasdimensões. Diferenciação Para os administradores, existem enormes de- safios. Eles precisam considerar o fato de que os shoppings já estão entranhados na cultura de consumo, espraiados geograficamente ou estra- tificados segundo a faixa de renda do público- -alvo. Tornaram-semais que umsimples destino físico, são quase que um hábito entre as classes consumidoras. Se esses clientes potenciais já estão habituados com o “ir ao shopping”, como é que se captura a atenção desses indivíduos ou grupos, que já estão dentro dos shoppings e su- jeitos à intensa competição, convertendo-os em uma oportunidade de venda oude construçãode relacionamento comasmarcas – seja na inserção ou retenção delas? Uma análise dessa situação pode começar pelas soluções mais triviais. Apresentar boas ofertas de produto, a ponto de atrair o olhar do consumidor, que pode comprar por catálogo, on-line ouna loja concorrente? Sim, claro que isso é importante. Disporessesprodutosnumavitrineatraentevisual­ mente? Todos concordarão que é fundamental. Apresentar no ambiente da loja um espaço planejado, com boa ocupação para a apre- sentação de produtos e circulação de pessoas, maximizando o uso da área disponível? Isso seguramente ajuda a converter ambientação em resultado e contribui para construir um bom relacionamento com os clientes. Contar com profissionais simpáticos, bem trei- nados e dispostos a atender (na acepção mais completa do termo) o visitante, tratando-o como cliente, quer ele compre ou não? Esse ainda é considerado um diferencial (infelizmente), mas deveria ser uma obrigação de quem se propõe a atender o público. Esforços que visem ex- periências inovadoras e fora do lugar comumpo- dem simplesmente mu- dar o jogo e a cabeça do consumidor. A Lacoste, neste caso, proporcio- nouentretenimentopara seus clientes colocando um videogame Nitendo Wii dentro da loja.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx