Revista da ESPM
janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 45 T om paisagens naturais de cartão- postal e espírito zombeteiro, os cariocas comumente dizem que “praia de paulista é shopping”, uma frase quase clichê. Apesar de seus parques, clubes e represas, São Paulo não consegue oferecer lazer em espaços abertos e com contato com a natureza para as mais de 20 milhões de almas que vivem na Grande São Paulo. Mas se for considerado o número de shoppings disponíveis, constata-se que, sim, a verdade é que os paulistanos, em geral, são chegados num shopping. E não é à toa. Esses espaços, pensados para estimular a compra de bens e serviços, se transformaram em ambientes com múltiplas possibilidades e conveniências, propensos ao consumo, claro, mas também à “serendipity” norte-americana, ao olhar aleatório e casual que, na ausência de um programa definido, pode dar lugar a uma comprinha ocasional daquela camisa que falta- va, do sapato, da bolsa, do brinquedo, da conta a ser paga, do almoço ou do lanche variado, e que, por opção ou por expiação da culpa que sentimos ao chegar perto (ou estourar) do limite do cartão C M. Dueñas
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