Revista da ESPM

janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 33 dos não nomeados redirecione as baterias para os eleitos. É hora da relação shopping associação de lojistas e lojistas mudar de dimensão. Dei- xar de ser defesa para ser fonte de ataque ao mercado. Não apenas de consumidores, mas de fornecedores também. Tenho certeza de que é a hora de todo mundo pensar nisso. O administrador pode ser o grande líder da história. Quando ele tem a força das grandes redes, mais ainda. Ele pode atrair fornecedores das lojas e negociar, em nome delas, condições especiais para seus operadores nota dez. Ele tem a força de uma cooperativa. Tem escala. Estou falando de operadoras de cartão de crédito, financeiras, que podem se beneficiar do número de lojas que o administrador pode influenciar e economizar esforço comercial. Processos contínuos de capacitação muitas vezes são inatingíveis para lojistas individuais. Muitos shoppings já perceberam isso e contra- tam empresas para ajudar seus lojistas e vende- dores. Mas ainda num nível muito de “quebra galho”. Dá para falar de mais oportunidades. Planos de saúde, planos de pensão, clubes de relacionamento de vendedores. É só não criar a restrição antes da solução. O shopping, na verdade, pode ser agente de desenvolvimento, cooperativa, muitas coisas. Colmeia ou babel… Se tudo isso não acontecer, a analogia mais forte não é colmeia. Nela todo mundo tem a mesma causa e morre por ela sem nem querer saber o porquê. No shopping o que acontece é que há uma grande catedral com várias capelas dentro. E muito dificilmente elas praticam a mesma reli- gião. Aí na verdade a gente encontra uma Torre de Babel. Cada um agindo na sua direção, sem somar esforços e sem entender que somar es- forços melhoraria o resultado da comunidade. Se o shopping não se posicionar como líder comunitário genuíno, daqui a pouco todos vão se tornar zangões, reclamões e o seu shopping vai entrar no círculo vicioso do não sou bom porque ele não é bom; que é a pior coisa que pode acontecer nessa comunidade. Quem ganha o que nesse mercado? Todo mundo sabe que construir um shopping bem localizado é a maneira mais lucrativa de se ocupar um terre- no. Principalmente os investidores. E muitos têm se dado muito bem nesse mercado que temmuitas semelhanças com a história do velho oeste. Explico: conta-se que, quando os aventureiros montavamas suas carroças e par- tiam em busca do ouro, não tinham a menor ideia se iriam ou não ganhar dinheiro. Claro, quem achava ouro ficava rico, quem não acha- va – a grande maioria – ficava mais pobre, às vezes gastava tudo o que tinha na esperança da riqueza fácil e voltava com uma mão na frente e outra atrás. O único que estava garantido era o fornecedor de pás, picaretas e carroças. Esse ganhava dinheiro sempre. Hoje, quem ganha dinheiro sempre são os shoppings. O que os shoppings que estamos procurando – os que cuidam do corpo e têm alma – vão reconhecer é que: a galinha dos ovos de ouro deles são os lojistas competentes que inves- tem no shopping como seu ponto-de-venda e constroem resultados e reputação que fazem o shopping ganhar dinheiro. Os lojistas são os verdadeiros guerreiros da manutenção, da reputação e resultados dos shoppings. Os geradores do ouro. Por isso, os shoppings de corpo e alma cuidam dessas galinhas muito bem. E não ficam querendo matá-las para colher os ovos todos de uma vez. Naestruturadeumshop­ ping, o lojista competen- te, que investe em seu ponto-de-venda dentro do mall , construindo reputação, mostrando resultados, faz com que todo o complexo ganhe dinheiro.

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