Revista da ESPM
janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 31 E os bastidores? O que acontece nos bastido- res dessas colmeias? Para que a gente possa se sintonizar com o que acontece dentro dos shoppings, temos de entender o que cada ha- bitante dessas comunidades faz e ganha com o sucesso delas e como se mede esse sucesso. Abelhas da vida real – atitude ou ferrão? Há alguns tipos de abelhas nos shoppings. Os empreendedores que investiram parte ou todo o seu dinheiro para construir o abrigo. O administrador que tem de fazer os bastidores funcionarem. Lojistas que cuidam para que cada casulo produza o esperado por todos. E os Clientes que são os ávidos por mel. Eles queremomel que resulta do trabalho de todos. Ah, faltaram as associações de lojistas. Uma espécie de sindicato de operárias que quase sempre batalha para as condições de trabalho e a própria colmeia shopping melhorar. Quem começa a cadeia de servir é o empre- endedor. Nada mais justo. O cara colocou um monte de dinheiro num caixote extremamente caro. Sem ele nada existiria. Nada mais justo que ele queira retorno de investimento. Na maioria das vezes os empreendedores de shopping têm vocação de empresa imobiliá- ria. O que construir? Casas e prédios residenciais dão menos retorno que shoppings. Mas depois que estão construídos, são vendidos e já não ge- ram nenhuma responsabilidade para quem construiu. Resultado esperado pelo empreendedor: conseguir alta taxa de retorno para manter a nova empresa funcionando. De preferên- cia não com tanta relação com quem faz parte da colmeia. Ele adoraria ser abelha-rainha. Os empreendedores mais experientes sabem muito bem que não é assim. Além disso, ele tem a obrigação de reinvestir parte do que ganha na manutenção da moderni- dade e competitividade do seu ativo. A responsabilidade de tomar conta do novo prédio é do administrador. Na maioria dos shoppings, ele adminis- tra o dinheiro que os lojistas pagam pelo que utilizam do shopping. Se o administrador se portar como síndico de prédio residencial e cuidar apenas da manutenção do imóvel, ele não cuidará de forma adequada do bem maior: os lojistas. O administrador que se portar assim vai ser ineficaz na geração de resultados. Os lojistas são o verdadeiro fator de sucesso dos shoppings. Ou eles são muito competen- tes ou a reputação do shopping, gradualmen- te, destrói o resultado. Aplicando a metáfora da colmeia ao shopping, quem é quem, normalmente? Empreendedor, administrador e lojistas têm de fazer o papel de operárias. Sem preconcei- to. Exercendo a vocação de servir que todos que participam de um shopping têm de ter. Na colmeia do varejo, o empreendedor, adminis- trador e lojistas fazem o papel de abelhas ope- rárias. A abelha-rainha é o Cliente, que deve receber tudo de bande- ja. Os zangões devem aparecer para os que nãocumpremseupapel. Quem começa a cadeia de servir é o empreen- dedor. O resultado es- perado é o de conseguir alto retorno e manter a nova empresa funcio- nando, mas, para isso, o bom empreendedor sabe que deve reinves- tir parte do que ganha na manutenção da mo- dernidade e competitivi- dade do seu ativo.
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