Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 30 disciplina estamos falando quando estudamos o mercado de shoppings? Marketing imobiliá- rio? Ecologia? Tecnologia de serviços? Centro comunitário? Um pouco de todos? A compreensão da dinâmica das colmeias pode ajudar a compreender um pouco mais esse centro nervoso onde muita gente traba- lha duro para que o consumidor tenha uma terceira opção de lugar para conviver, além da casa e do trabalho. Um lugar muito diferente. De corpo e alma. O varejo nas nossas vidas Dos dias das lojas de rua do centro da cidade até os dias de venda pelo celular, muita discus- são aconteceu a respeito do varejo e do papel que ele desempenha no nosso dia-a-dia. O lugar onde eu moro, onde eu trabalho, onde eu compro e onde me divirto são partes do mapa por onde nossa vida acontece. Claro, varejo é parte da nossa vida. Uma parte muito mais importante do que a nossa consciência nos permite admitir. Hoje em dia, grande parte do varejo convive dentro de um shopping. São poucos os futuros profissionais que gos- tariam de trabalhar no varejo depois de con- cluir o curso superior ou MBA. O varejo não proporciona poder. O bom varejo é feito para servir, o que pressupõe trabalho em equipe. Para o consumidor, segurança, conveniência, diversão e tudo o que eu poderia comprar num lugar só. O shopping, muitas vezes, é sua ter- ceira casa. A insegurança dos grandes centros acelerou as oportunidades de ampliação do número de shopping centers e nós, habitantes de grandes cidades, nem conseguimos nos lembrar de como era a nossa vida sem eles. Para o varejista, o grande abrigo do varejo é mais do que a própria casa. É lá que o varejista passa a maior parte do seu tempo. Um palco iluminado, corredores amplos, gente por todo lado. Fora e dentro. Comendo, comprando, rindo, chorando. O paradoxo é que, apesar de influenciar tanto nossas vidas, varejo é um lugar onde pouca gente sonha trabalhar. Nem aqui nem nos Estados Unidos. Pesquisas realizadas com quem está cursando MBA nos Estados Unidos comprovam: muito pouca gente gostaria de trabalhar em varejo depois de concluir o curso. Como um negócio tão importante é tão pouco querido? Fácil, varejo não dá poder. Varejo requer que todos os jogadores sirvam. Servir e não ter o poder. Como numa colmeia. Colmeias e colmeias Na colmeia de verdade há três tipos de abe- lhas. As rainhas, os zangões e as operárias. As rainhas são as responsáveis pela sobrevivência da colmeia: procriam. Os zangões fecundam as rainhas e garantem sua majestade. E as operárias são as carregadoras de piano. Quem trabalha, quem tem contato com o mundo exterior, quem defende a colmeia. A melhor metáfora para descrever o shopping é a de uma colmeia. Colmeias são as comu- nidades das abelhas. Shoppings são muito parecidos, comunidades de lojistas e Clientes. Clientes procurando e encontrando flores de cujo néctar vão se alimentar. Todos protegidos pela casca da colmeia que os separa das intem- péries e inimigos do mundo exterior.
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