Revista da ESPM

janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 27 surge uma inauguração, tem sempre um parlamentar que diz ser um absurdo, porque o shopping mata o comércio de rua. PASTORE – Pelo contrário, revitaliza o comércio. LUIZ FERNANDO – Por pesquisas hoje, temos esse dado. O comércio em volta cresce de forma substancial. PASTORE – O próprio Ibirapuera era isolado na região e hoje é um polo de comércio. Vivi outra experiência no Ática Shopping Cultural (atual FNAC), em Pinheiros. Antes era em uma praça abandonada, que hoje é habitada por franquias. LUIZ FERNANDO – Quando você citou esta pessoa apaixonada por shoppings, achei que ia falar de um empresário que ainda está no setor e que considero o gênio do nosso negócio: José Isaac Peres, que locou o Ibirapuera inteiro quando as casinhas ainda estavam lá no lugar, ainda não tinham sido derrubadas. O Peres é um apaixonado, com histórias divertidíssimas. O primeiro shopping dele como Multiplan, foi em Belo Horizonte, a cidade crescia para um lado e ele fez o shopping do outro; o proprietário da fazenda que ele comprou estranhou e perguntava se ele tinha ficado louco cons- truindo um shopping do lado contrário ao crescimento da cidade. Peres disse que olhava a pastagem, via as cabras e pensava: “Olha os meus futuros clientes”. Hoje, ele se arrepende amargamente porque estava começando, comprou uma área e não com- prou o entorno e o entorno, hoje, vale uma fortuna, porque a cidade caminhou para aquela região. É um negócio difícil de dar errado, mas requer muito conhecimento do assunto, pesquisa e planejamento. GRACIOSO – E profissionalismo. Para encerrar, como poderíamos interessar nossos alunos de graduação nesse ne­ gócio maravilhoso que é o shopping? LUIZ FERNANDO – Há cerca de três meses perdi um superintendente operacional na associação e contratei um headhunter para ajudar a escolher um substituto. Ele disse que não seria difícil, porque estava com vários shoppings procurando pessoas, mas isso não correspondeu à verdade. GRACIOSO – O varejo, de modo geral, é pouco conhecido no mundo acadêmico. LUIZ FERNANDO – Sempre foi considerado uma coisa menor. GRACIOSO – Temos aqui um Laborató­ rio de Varejo, onde procuramos esti­ mular o varejo. LUIZ FERNANDO – A fórmula para a sua va lor i zação é apel ida r o meio de “serviços”, as pessoas sentem um pouco mais de elevação no nível profissional, é um prestador de serviços. E, no fundo, o shopping center é isso. } As âncoras de um shopping center passaram a ser as oito ou dez salas de cinema e as praças de alimentação. Esse espaço será cada vez mais o ponto de convivência das pessoas nas grandes cidades e até nas médias. ~ ES PM L u i z F e r n a n d o P i n t o V e i g a

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx