Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 26 PASTORE – As próprias agências não sa­ bem como aproveitar essa oportunidade. LUIZ FERNANDO – Elas só trabalham o em- preendimento como cliente: tenho a conta do shopping X ou Y e quero saber qual a verba disponível para anunciar na revista, na TV. Elas ainda não notaram que o próprio shop- ping é uma mídia. GRACIOSO – Você definiu muito bem: ele próprio é uma mídia. LUIZ FERNANDO – Sabemos que as agências, mesmo as mais poderosas, ainda estão muito preocupadas comoonde ganhammais dinheiro. GRACIOSO – Com o sistema tradicional de bonificação, de comissão, de BV. LUIZ FERNANDO – Vou para a TV Globo, que lá tenho tudo: a garantia que dá resultado e o fato de ganhar muito mais dinheiro do que se fizer algo diferente. Infelizmente, ainda é assim e não sei se um dia deixará de ser. GRACIOSO – A não ser que surjam agên­ cias com outro perfil, voltadas para este nicho que ainda não foi aproveitado. Muito obrigado, Luiz Fernando. Foi excelente! LUIZ FERNANDO – Foi um prazer. Entrei nesse negócio há nove anos e sou apaixona- do por ele. Para mim é um prazer trabalhar com isso. GRACIOSO – Também me apaixonaria, vi­ bro no ambiente do varejo. Um hipermer­ cado é um festival impressionante de vida, que vibra num final de semana. LUIZFERNANDO –Ea sementemepegouquan- do ainda era publicitário, na época da Artplan. Primeiro atuei no antigoGrupoVeplan-Residen- cia que era proprietário do Shopping Ibirapuera, feito por José Isaac Peres. A sociedade com José Carlos Ourivio foi desfeita, o Ourivio ficou com a Veplan e o Peres montou a Multiplan. PASTORE – O que foi um sucesso. LUIZ FERNANDO – O Ibirapuera foi minha primeira escola e para poder dirigir, pesquisei demais, viajei, fui a todos os lugares onde havia shopping para conhecer e toquei a con- ta. Lancei dois shoppings para este grupo: o Itaguaçu, em Florianópolis (SC); e o Parque Arauco, em Santiago do Chile, que hoje já está com 30 anos. GRACIOSO – Não queria terminar sem uma menção a Alberto de Oliveira Lima, um professor da FGV, apaixonado pelo segmento, que viveu alguns anos nos Estados Unidos, viu o que era o shop­ ping lá, trouxe a ideia para cá, tentou convencer grandes empresários e traba­ lhou no planejamento do Iguatemi. Ele costumava dizer que “a maior parte das pessoas, quando cito o empreendimento, me perguntam para que shopping, se o clima aqui é tão agradável para nos fecharmos? Vamos continuar na rua”. LUIZ FERNANDO – Isso me faz lembrar de outro tabu que derrubamos. Toda vez que } Hoje, em São Paulo, o investimento em um novo shopping gira em torno de R$ 300 milhões. Em Recife, o Paes Mendonça lançou o que será o maior shopping center brasileiro, com investi- mento de R$ 600 milhões. ~ ENTREVISTA

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx