Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 24 mas existem outras cadeias que se criaram dentro de shopping. Hoje quando um empre- sário diz “estou fazendo um empreendimento em Manaus”, não precisa correr atrás dos lojistas, porque todos se candidatam ao novo empreendimento. Outra coisa que veio aju- dar muito foi o desenvolvimento no Brasil do franchising , porque são lojas mais preparadas. GRACIOSO – Mais estáveis. LUIZ FERNANDO – Mais estáveis e mais preparadas. Já vêm com um tipo de adminis- tração imposta pelo franqueador, que faz com que tenham um melhor resultado dentro de shopping. Hoje, temos até um convênio com o pessoal da ABF (Associação Brasileira de Franchising), porque as franquias represen- tam cerca de 60% das lojas de shopping e a tendência é crescer. PASTORE – Esse mix de lojas não tende a ficar muito igual se os shoppings procu­ rarem repetir as mesmas lojas em todos os empreendimentos? LUIZ FERNANDO –Há umdetalhe: o shopping não é apenas o mix – citando São Paulo, como exemplo – tem também a localização. Você pode ter dezempreendimentos comum mix exatamen- te igual, sóque, para ir emum, vai levar umahora ou mais no trânsito. Já para ir naquele que abriu ao lado da sua casa, vai demorar cinco minutos. Há uma série de conveniências noplanejamento, que resultam em um bom desempenho. PASTORE – A própria loja pode ter algu­ mas características específicas. LUIZ FERNANDO – E que vêm não apenas dela, porque é algo que consideramos, con- trariando um pouco a tradição francesa sobre o valor do ponto. PASTORE – As luvas. LUIZ FERNANDO – As luvas. Eu criei o meu ponto, isso aqui émeu. No shopping center isso é muito questionado: quem criou o ponto foi o lojista ou o empreendedor? Na minha ótica, os dois, eles são parceiros na criação daquele ponto. Mas hoje, evidentemente, quem faz o diferencial de um shopping é omarketing, por- que ele tem absoluta necessidade de conquistar e fidelizar seus frequentadores. Se esse shop- ping é igual àquele, vamos travar uma grande batalha para ver quem traz o consumidor e não o perde mais. É uma briga bonita. PASTORE – O marketing do shopping hoje tem esse desafio: trazer o consumi­ dor para estimulá-lo a entrar nas lojas e também essa novidade que é a comuni­ cação indoor. GRACIOSO – O Luiz Fernando refere-se a outro fator, que para mim é mais importante: a imagem global do em­ preendimento . LUIZ FERNANDO – Exatamente. Ele agrega para os lojistas um valor muito grande. E nós, como profissionais de marketing, adoramos essa disputa que, a cada dia, fica mais acirrada. PASTORE – Estamos vendo uma mu­ dança importante no marketing do shopping, que são as campanhas pro­ mocionais perdendo um pouco a força para outras ações. LUIZ FERNANDO – Há muitas ações de fide- lização. Já temos algumas sofisticações muito interessantes, como o concierge no shopping, que funciona como uma babá, um profissional que ajuda na compra de um terno ou uma gravata e faz um aconselhamento de moda. } Se você for com criança ao shopping, não há a menor possibilidade de sair de mãos vazias. ~ ENTREVISTA

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