Revista da ESPM

janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 23 } Estimo que deva existir de quatro a cinco mil estabelecimentos nos Estados Unidos com as mesmas características daquilo que chamamos shopping centers no Brasil. ~ querem colocar o dedo do governo nessa ope- ração privada. GRACIOSO – Como comparação, é por isso que existem 382 projetos na Câmara tentando acabar com a propaganda. LUIZ FERNANDO – Exatamente. No nosso caso é absolutamente igual, o tempo todo, a tal ponto que, em fevereiro deste ano, chega- mos à conclusão de que não poderíamos mais viver na ponte aérea com Brasília e abrimos um escritório da ABRASCE no Distrito Fe- deral. Felizmente no Congresso – tanto na Câmara como no Senado – ainda tem gente séria, pessoas que você pode levar um pleito explicando o seu negócio. E eles dizem com toda a honestidade: “Não conheço nada disso, foi bom você me falar, acho absolutamente válido tudo isso”. E, assim, temos conseguido derrubar algumas tentativas absolutamente nefastas ao nosso negócio. Existe um projeto, por exemplo, que não deixamos que ele cami- nhe há oito anos. Quando tentam retomá-lo, vamos lá, brigamos e não deixamos acontecer. Alguns deputados forçam a barra por igno- rância, ou por corrupção, esperando criar uma dificuldade para ver se você compra a solução. Acontece que sempre há um pequeno grupo de lojistas que tenta tumultuar o negócio porque, para entrar em um shopping, não basta simplesmente ter vontade. O lojista tem de estar preparado para um comércio que é mais sofisticado em termos administrativos. Evidentemente que no meio de 72 mil lojistas, há 500 que não dão certo e saem do negócio. Esses é que vão ao Congresso dizer que o shopping precisa acabar. PASTORE – Alegam que os shoppings vão acabar com o comércio de rua... LUIZ FERNANDO – Exatamente, sempre essa conversa. Aí temos alguns trunfos na mão que usamos quando tem alguma audiência pública. Numa delas aconteceu isso. Para compará-los com lojistas bem-sucedidos de shoppings, usei como exemplo a Centauro, aquela loja de esportes de Belo Horizonte, do Sebastião Bonfim. Quando citei a Centauro, na mesma hora um deles levantou e disse que eu estava falando de loja grande e eles de lojas pequenas. Respondi que um dia eles tinham sido pequenos, que começaram com uma lojinha só em Belo Horizonte, com o José Isaac Peres dando condições preferenciais para sua entrada e hoje têm 190 lojas, todas em shopping centers. É como conseguimos desmoralizar essas teses. PASTORE – Foi a estratégia da Saraiva, que praticamente saiu da rua para um formato melhor. Esse case é fantástico: a Saraiva era a segunda no ranking , atrás da Siciliano. Com a criação do novo formato, a primeira loja foi inaugurada no Eldorado – 600 metros de piso, mais 400 metros de mezanino – mil metros quadrados de área de venda em shop­ ping centers. Com uma mudança de paradigma, um novo formato de loja, uma nova estratégia, a Saraiva não só superou a Siciliano, como comprou essa sua principal rival. LUIZ FERNANDO – ACentauro templanos de encerrar 2011 com 300 lojas. Citei a Centauro, L u i z F e r n a n d o P i n t o V e i g a

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