Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – janeiro / fevereiro de 2011 22 } Hoje, evidentemente, quem faz o diferencial de um shopping é o marketing, porque ele tem ab- soluta necessidade de conquistar e fidelizar seus frequentadores. ~ ENTREVISTA a intenção de comprar -, geralmente, essa pessoa não compra produtos eletrônicos. Hoje, na vida da nossa sociedade, domingo é o dia em que toda a família está reunida no shopping. É também o dia em que você mais vê as famílias comprando eletroeletrônicos de alto valor agregado. GRACIOSO – Eu me encaixo nesse exem plo. Diversas vezes peguei minha mulher num domingo para almoçarmos no Mo rumbi e depois fazermos uma compra em determinada loja. Combina muito bem. PASTORE – É a praia do paulista. Aliás, no Brasil tem algumas coisas que a população abraçou, como o futebol e a cerveja, alguns ícones que caíram na preferência nacional. O shopping center é uma delas. LUIZ FERNANDO – Uma curiosidade inte- ressante indicada em nossas pesquisas é que o carioca vai mais a shopping do que o paulista. GRACIOSO – Que interessante, ninguém diria isso. Você mencionou as razões do sucesso de um shopping e incluiu a violência urbana. Há 20 anos, fui con vidado a participar de um grupo que deveria discutir com uma grande rede de lojas a questão da expansão através de lojas de rua ou em shopping. Há apenas 20 anos essa era a pergunta que passava pela cabeça de um grande va rejista internacional. Isso significa que a onda do shopping é recente no Brasil e aconteceu tão depressa que perdemos a perspectiva. Ninguém poderia prever que a transformação seria tão rápida. Mas o principal motivo, sem dúvida, é a violência urbana. PASTORE – Trabalhei no grande varejo por 15 anos e, quando fui contratado para ser diretor da Livraria Saraiva, o projeto era criar um novo formato de loja, que acabou dando origem à megas tore. Uma das definições do presidente, na época, era a de que essa megaloja de veria estar no shopping. Eu, com minha cultura de grande varejo, não aceitava isso. Imaginava que essa loja deveria ser na rua, assim como as livrarias ame ricanas. Mas como a definição veio de cima para baixo, ordens do presidente, acabamos colocando a loja no shopping, o que foi uma decisão sábia, que ace lerou muito a consolidação desse novo formato. Quando as pessoas vão para um shopping e veem uma nova loja, é como se o shopping atestasse aquilo e dissesse “está aprovado, pode comprar, porque é uma novidade que este shopping aposta”. LUIZ FERNANDO – Aproveitando esse gan- cho, nossa associação trabalha em um canal que não é publicamente falado, que chamamos de: A defesa dos interesses da indústria . Por incrível que pareça, esse sucesso todo onde só se enxergam coisas positivas, é batalhado diariamente pelas classes legislativas brasilei- ras – estaduais, municipais e federais. GRACIOSO – Questão fiscal? LUIZ FERNANDO – Não, geral. Particular- mente, temos os maiores problemas na Câmara dos Deputados. Eles têmdificuldade em aceitar algo que seja bem-sucedido e, periodicamente,
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx