Revista da ESPM

janeiro / fevereiro de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 19 } Ao todo, no período de 2009 a 2012, 92 shoppings serão construídos no Brasil. ~ porque não dava para parar as obras. Entretanto, os investidores precisam fazer alguma coisa com o dinheiro, daí o motivo da pesquisa, que identificou quatro mercados: China, Índia, Canadá e Brasil. LUIZ FERNANDO – OCanadá já tem tradição há mais tempo. É o segundo país em termos de fortaleza nesse tipo de empreendimento. PASTORE – E aí ele foi descartando as opções: a China não é uma democracia, fica difícil recomendar investimento naquele país, porque as regras não são claras; a Índia é um mercado incipiente para shoppings, uma indústria que ainda não se constituiu; o Canadá é uma nação com uma população de 30 milhões de habitantes de alta renda, mas o mercado é pequeno. Ele deixou o Brasil por último para justificar a recomendação do ICSC em investir aqui. Falou maravilhas sobre o nosso país, já sabia tudo sobre Dilma, Serra, indicadores econômicos e disse que o Brasil é o principal destino de no­ vos investimentos em shoppings centers. LUIZ FERNANDO – Esse é um movimento que vem ocorrendo há algum tempo. Desde que o mercado americano entrou em colapso, os grandes empreendedores americanos e canadenses começaram a vir para o Brasil. A entrada deles no Brasil foi uma entrada suave. Por exemplo, na primeira leva, que data de 2006, 2007, eles chegaram ao Brasil por meio de associações com empresários brasileiros. Vieram os mais poderosos grupos dos Estados Unidos e do Canadá, com exceção do principal, o Grupo Simon. PASTORE – O Simon está ensaiando... LUIZ FERNANDO – Ele está ensaiando há muito tempo, parece que os outros forammais rápidos. O que me chama atenção neste caso é que em nenhummomento eles entraram com suas próprias empresas, que são poderosís- simas, preferiram associações. E nunca fize- ram questão de estar à frente dos negócios, aportaram o capital e disseram: “Você, sócio brasileiro, é quem vai tocar o negócio”. Isso fez crescer a indústria nacional, evidentemen- te, porque em nenhum momento da história, nossos shoppings foram tão capitalizados. Começou por essa entrada dos estrangeiros e depois veio a abertura de capital em Bolsa. PASTORE – Estamos falando de BR Malls... LUIZ FERNANDO – BR Malls, Grupo Multi- plan, Jereissati... PASTORE – E todos esses têm capital aberto na Bolsa de São Paulo? LUIZ FERNANDO – Não. O Sonai, que é o antigo grupo Brascan – atual Brookfield, está abrindo agora. O único grande grupo brasilei- ro, que é absolutamente nacional, é o Jereissati. Os demais têm associações internacionais, como o Iguatemi que é o mais rentável shop- ping brasileiro e tem o mais valorizado ponto comercial da América Latina. GRACIOSO – Ainda nesse campo de com­ parações com o exterior, uma coisa que não entendo é por que temos apenas 400 shoppings, enquanto os Estados Unidos têm 142 mil. Não é possível que seja a mesma definição. L u i z F e r n a n d o P i n t o V e i g a

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