Revista da ESPM

RENATO RIQUE PONTO DE VISTA ES PM P hopping centers são uma forma de organi- zação de comércio muito bem aceita pela população brasileira. Há a conveniência de se encontrar tantas coisas distintas sob omesmo teto e, com a crescente desorganização dos centros urba- nos, tornam-se ilhas de tranquilidade que atraem toda a família. O conceito chegou ao Brasil em 1966 com a inaugu- ração do Iguatemi São Paulo, do pioneiro Alfredo Mathias (na década de 80, a família Jereissati ad- quiriu sua participação). Desde então, mais de cinco centenas de empreendimentos foram construídos em todos os Estados. O gestor desses equipamentos deve criar ambien- tes que sejam atraentes para as famílias dos locais onde eles estão instalados, sempre identificando e atraindo as marcas mais desejadas, as atividades mais demandadas. Para o futuro, vejo diversificação: pequenos equi- pamentos focados no seu público-alvo, convivendo com shoppings gigantes que atendem o máximo das necessidades do consumidor. Algo comum a todos, e creio que é um consenso, é o impacto que um centro de compras temna sua áreade influência. Esse impacto se verifica nas mais variadas formas: no tráfego, nos hábitos, no imaginário etc. Nós, incorporadores desses centros, normalmente cuidamos para que esse impacto seja positivo. Por exemplo, contratamos especialistas em tráfego para minimizar o impacto do novo centro, posicionamos docas em locais que interfirammenos comos vizinhos e tantas outras intervenções. Um aspecto que nem sempre é levado em conta é o impacto social do shopping. Ao se instalar em um bairro, onovo shopping traz transformações, por vezes, O shopping social relevantes.Naturalmentenovos empregos sãogerados, renda, impostos etc. O que não devemos minimizar é queoshoppingpodemuitomais.Aslojasquecompõem o mix dos shoppings são líderesemseus segmentos, tor- nandoessesgrandes centros empináculosdocomércio. Junte-se a isso, a frequência de dezenas demilhares de pessoas, diariamente, e fica fácil perceber o poder que esses centros têmemestabelecer exemplos e influenciar hábitos.Advogoumaatuaçãomais ativados shoppings nessa área. É o que chamamos de shopping social. Como agir?Contratar empresas que tenhamhistórico positivo, que não utilizem mão-de-obra infantil, e dar preferência às empresas que, em igualdade de condições, tenham uma atuação social. Não usar imagens discriminatórias em propaganda; ao con- trário, destacar os valores sociáveis para a sociedade. Usar seu espaço para difundir bons conceitos para a comunidade e, às vezes, até para angariar recursos para entidades filantrópicas. Mas não se deve ficar por aí. Creio que os shoppings devamabraçar uma causa.Nãoprecisa ser umagrande causa, mas que seja uma boa causa, importante para a comunidade. Com isso, o shopping tornar-se-á um equipamento de inclusão social, ganhará em imagem, ganhará o coração de clientes e colaboradores. AAssociaçãoBrasileiradeShoppingCenters patrocina umprêmiobianual paraos que sedestacamna atuação social – o Prêmio Newton Rique. Eu, como presidente da Aliansce, dedico especial atençãopara que os nossos empreendimentos tenham atuação social destacada. Temos umprograma efetivo de transformação comunitária: Aliansce Solidária. Vários outros grupos têm feito belos trabalhos nessa área e noto que cada vez mais surgem novos adeptos. Muito mais pode ser feito, e deve. Renato Rique Presidente da Aliansce Shopping Centers S Arquivo

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