Revista da ESPM - SETEMBRO_OUTUBRO-2010

R E V I S T A D A E S P M – setembro / outubro de 2010 62 Se 2009 e 2010 vêm sendo terríveis para as empresas tradicionais, o fu- turo não se mostra muito promissor. Levantamento do banco de investi- mentos Veronis Suhler Stevenson, citado no estudo, projeta que em 2013, quando, espera-se, os Estados Unidos terão deixado a recessão definitiva- mente para trás, jornais, revistas e rádio irão dividir um bolo publicitário 41% menor do que em 2006. Para muitos analistas de imprensa, mais preocupante que a queda do faturamento de grandes empresas jornalísticas é o futuro do próprio jornalismo. A companhia jornalísti- ca, em sua maioria, é uma empresa familiar, ainda que existam variantes que vão da gestão compartilhada pela redação (como no francês Le Monde ), a conglomerados dirigidos por executivos com ações negociadas em bolsa de valores. Mas o The New York Times , para ficar no exemplo do grande jornal mundial, é gerido desde o século 19 pela família Ochs- Sulzberger. Ogrande personagemda imprensa internacional, hoje, é Rupert Murdoch, dono do The Wall Street Journal , The Times , New York Post e outras marcas em língua inglesa. A des- peito de variantes ideológicas, do liberalismo do Times americano ao conservadorismo do Times britânico, os diários seguem valores, princípios éticos, técnicas jornalísticas e mo- delos de negócios comuns. São esses valores que estão em xeque, hoje. De acordo com o sociólogo americano Michael Schudson, da Universidade Columbia, citado no State of the News Media, a chegada das re- des sociais, a liberdade e o individualismo dos blogs e do que é chamado “ civic journalism ” ou jornalismo cidadão embaralharam o jogo. “Este novo sistema inclui diferentes ‘estilos’ de jornalismo, uma combinação de abordagens profissionais e amadoras e diferentes modelos econômicos – comercial, sem fins lucrativos, público e abastecido por universidades.” $ JORNAL $ Orumodojornalismonos apontaatitudesdesespe- radas,comoadomagna- ta Rupert Murdoch, que tentou fechar o acesso gratuito ao The Times londrino e cobrar assina- tura pelo conteúdo. A DINÂMICA DO JORNAL © Time Magazine M Duenhas

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