Revista da ESPM - SETEMBRO_OUTUBRO-2010
R E V I S T A D A E S P M – setembro / outubro de 2010 56 E a orientação editorial não só define a pauta a ser desenvolvida, mas a pauta, em si, é um limitador da atuação do repórter. 8 Logo, pode-se questionar se o trabalho desenvol- vido por um repórter, que trabalha em veículos de imprensa, deve ser considerado jornalismo, da ótica do que se convencionou como o código da profissão. 9 Por outro lado, éprecisodiscutir oque éoassessor deimprensa.Enquantoasdefiniçõesdejornalismo se situam em âmbito mais mítico/ideológico do que profissional, as que tratam de assessoria de imprensasãoexcessivamenteoperacionaise ferra- mentais, e reúnemconceitosdeRelaçõesPúblicas, da Publicidade e do Jornalismo. SegundoaFederaçãoNacional dos Jornalistas, FE- NAJ, 10 aassessoriadeimprensaéo “Serviçoprestado a instituições públicas e privadas, que se concentra no envio frequente de informações jornalísticas dessas organizaçõesparaosveículosdecomunicaçãoemgeral” . Neste artigo, vamos considerar uma visão mais ampla que a da FENAJ. Oassessor de imprensa é, para esses autores, o profissional responsável por estabelecer o relacionamento entre instituições (privadas ou públicas) e veículos jornalísticos. O profissional de assessoria tem a dupla função de atuar na imprensa, identificando informações de interesse na organização onde trabalha, dando visibilidade a seu assessorado e defendendo sua imageme reputação, e de fazer comque as expec- tativas edemandasdos jornais tenhamvozdentro das organizações. Paraqueorelacionamentoentre imprensaeasses- sores se estabeleça, é necessário que repórteres e assessores de imprensa compartilhem: CONFIANÇA: o repórter tem de considerar a assessoria e a empresa como atores legítimos para que suas histórias e versões tenhamcredibilidade; LINGUAGEM COMUM: os repórteres, ge- ralmente, não são especialistas emáreas técnicas, assimcomoopúblico.Alémdisso, utilizamtermos e jargões próprios, como em toda profissão. O assessor temde ter a habilidade de ajustar os con- teúdosparaumregistrode linguagemapropriado; FERRAMENTAS: há um conjunto de ferra- mentasderelacionamento,como releases ,reuniões, almoços etc., que devem ser bem desenvolvidos para que apresentem resultados. RITUAIS: repórteres e assessores de imprensa desenvolveram códigos de conduta específicos para harmonizar seus interesses, como forma de abordagem, postura profissional, horários e locais de convívio etc. Por tudo isso, a maioria dos profissionais que trabalhamemassessoriade imprensa tem, neces- sariamente, formação jornalística, seja ela prática ou acadêmica. Nesse sentido, o melhor assessor de imprensa é aquele que escreve um release eficaz e, não só pelo domínio das ferramentas, mas pelas relações pes- soais e profissionais que se desenvolvemao longo do tempo, consegue fazer comque seumaterial se destaque entre os milhares enviados às redações todos os dias.
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