Maio_2002 - page 9

Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
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2. A política eleitoral do grande es-
petáculo, que norteouuma certa verten-
te do marketing político brasileiro, es-
gotou a sua capacidade de produzir re-
sultados;
3.O modelo que está sendo
construído leva em conta alguns restos
domodelo anterior,mas se alimenta so-
bretudo de novas perspectivas.
Mas o que seriam essas novas pers-
pectivas? Quais são verdadeiramente
nossos grandes desafios? Tentarei a se-
guir traçar alguns de seus elementos:
Primeirodesafio:O
personagempolíticoter
atributospositivosparao
seueleitorado
Aexperiênciaprofissionalqueadqui-
ri através da atuaçãonaFutura, que rea-
liza não somente pesquisas, mas ajuda
na construção de estratégias po-
líticas e de gestão de uma for-
mageraleeleitoraisdemanei-
ra particular
,
me leva a crer
que o eleitorado está
hoje muito atento.
Num país que tem
uma estrutura parti-
dária tênue e cujas insti-
tuições são aindamuito frágeis, os
eleitoresaprenderamavalorizarasdi-
mensõespessoaisdoscandidatos.Elas
já foramestruturadassobretudono fa-
vor e na simpatia, que ainda continu-
am fortes, mas está claramente se
locomovendo em direção a valoriza-
çãode outros atributos.
Nas eleições municipais de 2000,
o que pudemos observar é que a reti-
dão na conduta foi um elemento fun-
damental. Neste sentido, ser um bom
patrão, ser solidário com os seres hu-
manosqueprecisamdeajudasemmos-
trar demagogia ou ser um pai ou uma
mãe responsável foram apontados nas
PesquisasQualitativas, realizadasatra-
vés de discussão em grupo, como ele-
mentos chaves.O ator políticoquenão
as tiver teráseguramentemenoschances
de disputar com sucesso uma eleição.
Aliás, ébom registrarqueopapeldos
atributos pessoais acaba por compensar
a nossa frágil estrutura partidária. Ali-
mentados por uma cultura política
personalista, os eleitores buscam nos
candidatos e não nos partidos o centro
de suas escolhas.Anovidade é o crité-
rio da escolha.
Segundodesafio:Ter
programaseprojetos
queagreguemvalor
paraoeleitorado
Entretanto,nãobastaumcaráter tido
comopositivopeloseleitoresatravésda
leitura do passado do candidato ou do
ator político que tem o desafio seja de
dirigirumgovernoouumaentidadepú-
blica. É preciso mais. Torna-se funda-
mental diferenciar-se no discurso e nas
ações. Existe uma tendência no Brasil
de hoje de criar-se uma diferenciação
partidária.Elanão serágrandenumpri-
meiromovimento,mascertamentea for-
ma de enfrentar os problemas como os
dodesemprego,porexemplo, tendease
diferenciar para o eleitor.
Por isso é importantemostrar a di-
ferenciaçãoprogramática.Quandopen-
samos emnichos eleitorais específicos,
comooempresariado, porexemplo, ve-
mosqueesteelementoécentralnacons-
truçãodeapoios importantesenacons-
trução de alianças eleitorais consisten-
tes. Outro elemento é o abrigo partidá-
rio das propostas. É preciso estar aten-
toparacoerência, paranãoprovocar si-
tuaçõessemconsistênciaparaaopinião
pública. É da continuidade de progra-
mas como este que acabaremos cons-
truindo uma cultura partidária.
Terceirodesafio:Ogrupo
políticoprecisamontar
umaestruturade
informaçõescapazde
alimentarumprocesso
positivoparaaopinião
pública:overdadeiro
papeldaspesquisas
“Oatorpolítico
quenãoastiver
teráseguramente
menoschancesde
disputarcom
sucessouma
eleição.”
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