Revista da ESPM - MAR-ABR_2008
18 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2008 Entrevista CHIEKO – Como oriental, acredito muito na sorte. Oriental é supersti- cioso. O japonês acredita que o seu destino é mais ou menos traçado. Existe um caminho que se vai percor- rer, que se está temporariamente nessa vida, e se você faz coisas boas nessa vida estamos reconquistando talvez um karma, então a gente tem de fazer coisas boas. E se você passa por di- ficuldade é porque você está pagando algum karma do passado. GRACIOSO –Você é budista? CHIEKO – Sou católica, mas tenho crenças, que fazem parte da minha cultura. No caso, acabei conhe- cendo meu marido, que era japonês, e que por acaso estava na área de construção. Ele era de uma empresa japonesa, mas veio aqui, fez uma parceria com uma empresa brasileira de construção e, por acaso, também eles construíram um hotel juntos, que era administrado pelo sócio. Mas o sócio teve de vender para o meu marido, que ficou com um hotel na mão sem um administrador. Eu estava no Japão, e apesar de não entender de hotelaria, vim temporariamente para ajudar; não para administrar o hotel, mas para ajustar a situação, procurar as pessoas etc. Acabou que eu não achei o negócio tão complicado, fui fazer curso de hotelaria na Cornell University, entender, ver como era. E fui ajustando e ajudando. GRACIOSO – Há muitos anos eu conheci Greg Ryan, o fundador da McDonald’s, pelo menos na região de São Paulo. E eu perguntei a ele como tinha começado a trabalhar em restaurantes. Eleme respondeu: “Tudo começou em Cornell”. CHIEKO –Cornell é uma excelente es- cola. Consegui fazer com que o hotel recuperasse a ocupação. Na época, o Maksoud tinha sido inaugurado, era uma época de ouro. Primeiro foi o Hilton, depois o Caesar Park, depois o Maksoud. Então, comecei a fazer algu- mas reformas, reconquistar os clientes; trabalhei bastante na parte de serviços, foi a época em que eu criei mais serviços dentro da hotelaria, e serviços diferentes. Felizmente eu tinha muita experiência de ser hóspede de hotel, porque viajava muito e conhecia os melhores hotéis do mundo. Assim, consegui rentabilizar bem os hotéis, meu marido e eu começamos a ex- pandir para outros lugares: Argentina, Portugal,Taiwan, Panamá, Cancun em vários outros, até que ele acabou com- prando a rede Westin e o Algonqui, porque achava que Nova Iorque era um ponto importante para o mercado brasileiro. Então foi uma junção de alguns fatores, o mercado precisava de hotéis, precisava de melhorias, de idéias novas na hotelaria nacional e o mercado era propício para omercado japonês, que tinha muito dinheiro. GRACIOSO –Oque distinguia oCae- sar Park dos outros hotéis da época? CHIEKO – Na visão, por exemplo, dessas grandes redes americanas, o “O MAKSOUD TINHA SIDO INAUGURADO, ERA UMA ÉPOCA DE OURO...” “EU TINHA MUITA EXPERIÊNCIA DE SER HÓSPEDE DE HOTEL.” Imagens concedidas pelo Grupo Blue Tree HOTELARIA
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