RESPM JUL_AGO_SET 2017

julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 45 Lição de vida “Tive a sorte de ter uma carreira boa na P&G, de ganhar ma is do que eu consegu i a gast a r e de morar com meus pais, o que deu para juntar dinheiro e investir nos estudos. Não sei dizer se o curso de RI definiu minha trajetória, mas me deu as habilidades necessárias para eu estar onde estou hoje. É um curso completo e mu lt id iscipl i na r, que oferece uma visão macro do mundo e a possibilidade de vivenciar diferentes culturas. Na P&G, por exemplo, essa visão macro me ajudou a enxergar padrões e identificar tendências em n ível regiona l em toda a América Latina. Como gerente de i nte l igência de mercado, eu era responsável por fazer a ponte entre as áreas de pesquisa, marketing e business da empresa com o mercado consumidor. Visitei muita favela para entender como o brasi lei ro ut i l i za os produtos da empresa. Eu gostava de trabalhar na P&G, mas decidi estudar no ex terior porque a situação aqui não é das melhores. O Brasil não tem uma política externa boa e está muito longe de ser um player internacional. Como é que um país que não con s eg ue r e s o l ve r os s eu s problemas internos vai querer arrumar a casa lá fora?” Era pós-global “ V i a g l o b a l i z a ç ã o s e r quest ionada dent ro da P&G, que há pouco mais de três anos mudou o foco dos negóc ios por conta do cenário global: o crescimento anual de duplo dígito foi substituído pela eficiência na geração do lucro. Assim, a cultura da empresa mudou e a pressão por market share cedeu lugar para o negócio sustentável — o que, não necessariamente, significa ser líder de vendas. A n t e s , enga j a r e vende r a qualquer custo eram algumas das qua l idades va lor i zadas . Depois, ganhou força a ideia de que era preciso melhorar o que e para quem estávamos vendendo os produtos, com a adoção do conceito de ser ‘tão parecido quanto preciso e tão diferente quanto necessário’. Hoje, a maior parte das multinacionais busca essa fórmula, que visa unir lucro e ef iciência . Sabemos que é preciso customizar para vender mais. A questão é que, se você customiza, aumenta o custo de produção. Por outro lado, se opta pela est anda rd i zação, perde as diferenças locais. A solução depende do que você vai chamar de sucesso mais adiante. Na P&G, essa customização ocorreu por meio da regionalização de suas operações no varejo e de suas ações de marketing.” O que está por vir… “Vivemos uma das épocas mais e s t r a n h a s da huma n i dade . Sempre t ivemos conf litos de gerações, mas nunca estivemos tão conectados — fato que acelera todo processo de mudança. Mas, enquanto os países investem em políticas e economias cada vez ma is fechadas e loca is, todos os problemas que temos no mundo são de escala global. Excesso de população, alteração do clima, consumo exagerado, imigração e inteligência artificial são mudanças que impactam o planeta inteiro e não ficam restritas a barreiras físicas ou econômicas. Pouco importa se o país é de esquerda ou de direita, quando o planeta está cinco graus mais quente. Não é uma questão de ideologia, e sim um problema de toda a raça humana, que só será resolvido por meio de uma atuação conjunta entre as nações.” “Não sei dizer se o curso de RI definiu minha trajetória, mas me deu as habilidades necessárias para eu estar onde estou hoje. É um curso completo e multidisciplinar, que oferece uma visão macro do mundo e a possibilidade de vivenciar diferentes culturas”

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