RESPM ABR_MAI_JUN 2017

Pragmatismoou ideologia? N estaedição, pelaprimeiravez, a RevistadaESPM reúnerepresentantesdas várias correntesdepensamentoquediscutemaestrutura socioeconômi- cada sociedadebrasileira. Comoo leitor veránas páginas que se seguem, oassunto temumviés ideológicoevai desdeosquedefendemanovaclassemédia, identificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há quase cincoanos, atéosqueenfatizamosnovospobres, deque falaumestudo recentedo BancoMundial.No fundo, trata-sedomesmoviés ideológicoquenos fazchamar as favelasdecomunidades. Quantoàs empresas, elas semantêmmaispragmáticas e preferemseguirosvelhoscritériosque levamemcontavários fatores, enãoapenas a renda mensal da família, para dizer quem está na classe média. O que temos de concreto é a constatação de que muitas famílias que o IBGE dizia terem ascendido à classe média já não se comportam como tal e deixaram decomprar benseserviçosquehaviamcomeçadoaconsumir, ouusufruir, apartir de 2009. Os números adquirem um tom dramático. Por exemplo, a produção de veículos automotores caiu50%emrelaçãoaopicode2013/2014. As vendas de apa- relhosdomésticoseletroeletrônicoscaíram30%namesmacomparação. Emilhões de famílias deixaramdepossuir seguro-saúde, que éumbemessencial. Emnossa opinião, a perda aparente da capacidade de consumo das famílias (que assumiu proporçõesmonumentais) só se explicapela exacerbaçãodoconsumonoperíodo de 2010/2014, provocada por estímulos artificiais ao crédito para o consumidor. De certa forma, criou-se uma “bolha” que um dia teria de estourar, como de fato aconteceu. E, se aceitarmos essa tese, teremos de concordar que a capacidade real de consumo das famílias jamais atingiu o nível registrado em 2013/2014. Ainda é cedo para fazermos projeções, pois isso dependerá da retomada da economia de que muitos falam e poucos enxergam. O Brasil vive um período conturbado por uma crise econômica semprecedentes e tambémpela desordem política, cujo fimninguém consegue prever. De concreto, podemos afirmar que continuará a crescer o número de desempregados e de novos pobres que voltam para as classes D e E. É preciso muita prudência nas previsões de vendas, para evitar os excessos já praticados por muitas empresas nos anos de bonança que pareciam intermináveis. Em outras palavras, estamos no olho do furacão, e as estruturas socioeconô- micas deverão sofrermuitasmudanças nos próximos anos. Apesar do otimismo de vários especialistas ilustres, o clima nas empresas ainda é de prudência e cautela. Se tudo der certo, levaremos pelo menos cinco anos para retornar aos níveis de 2013/2014. Francisco Gracioso Presidente do Conselho Editorial PARA ASSINAR, LIGUE: (11) 5085-4508 OU MANDE UM FAX PARA: (11) 5085-4646 - www.espm.br/revistadaespm EXPEDIENTE Conselho Editorial Francisco Gracioso – Presidente Alexandre Gracioso Dalton Pastore Jr. Thomaz Souto Corrêa Coordenação Editorial Lúcia Maria de Souza Editora Assistente Anna Gabriela Araujo (MTB nº 28.072/SP) Edição de Arte Mentes Design Revisão Anselmo Teixeira de Vasconcelos Antonio CarlosMoreira Mauro de Barros Redação Rua Dr. Álvaro Alvim, 123 São Paulo – SP – CEP 04018-010 Tel.: (11) 5085-4508 Fax: (11) 5085-4646 e-mail: revista@espm.br Comercial MidiaOffice Julio Cesar Ferreira (11) 9 9222-4497 juliocferreira@uol.com.br Impressão Referência Gráfica orcamento@referenciagrafica. com.br Operação de vendas avulsas Distribuição emBancas e Redes de Livrarias Total Publicações (Grupo Abril) Edicase Assessoria www.edicase.com.br Revista da ESPM Publicação trimestral da Escola Superior de Propaganda eMarketing. Os conceitos emitidos emartigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores. Professores, pesquisadores, consultores e executivos são convidados a apresentar matérias sobre suas especialidades, que venham a contribuir para o aperfeiçoamento da teoria e da prática nos campos da administração em geral, do marketing e das comunicações. Informações sobre as formas e condições, favor entrar em contato com a coordenadora editorial. editorial

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