RESPM MAI_JUN 2016

maio/junhode 2016| RevistadaESPM 97 QuandoprestamosconsultoriaparaaCPFLEnergiafize- mosumapesquisainternaemtodasasunidades,comtodas asclassesdefuncionários.Constatamosque,independen- tementedaposiçãooufunção,amaiorianãoentendeoque estáescritonocódigoounãosabeaplicarnocotidiano. Amaioriadoscódigosdeéticacorporativoséescritapelo departamentojurídicoeorganizadaemformade“lei”,utili- zando jargõesdodireitoquenãosãode fácil compreensão. Kant, Auguste Comte, Durkheim e muitos outros pensa- dores da cultura nos ensinaram a distinção entre ética e direito, alémdas suas incapacidades de diálogo. Poressemotivo,muitascorporaçõesnãoacreditamnos códigos e programas de ética, pois sabemque não há um retorno esperado. Tais experiências negativas as levam a crer que o compliance seja uminvestimento caro e sem retorno garantido. A saída das empresas bem-sucedidas nesse setor foi utilizar a educação corporativa como união entre o com- pliance e os diversos departamentos, engajando todos os funcionários pormeiode cursos e palestras. Coma ajuda da área de recursos humanos, a educação ética de uma empresa pode ser coordenada e administrada pelo com- pliance, tendo por objetivo a criação de atividades peda- gógicas contínuas que expliquemos valores e a conscien- tização que todos os agentes devemalcançar. Os seres humanos não são máquinas. Não basta criar regras, programá-las empapel e mandar os funcionários executaremcomosefosseumsoftware.Valoresmoraisnão sãosimpleseexatos—sãocomplexosesubjetivos. Issonão significaqueelessejamrelativos,masquepossuemvariáveis culturais de importância não explícitas — assunto que já abordamos no artigo Revolução de valor , que foi publicado naediçãode janeiro/fevereirode2014da Revista daESPM . Asituaçãobrasileirasetornacomplicadaporqueasempre- sasnãodão tanta importânciaparaa educação corporativa . Geralmente,pagamcursosparaalgunsfuncionáriosemesco- lasoufaculdadesquenãopossuemligaçãocomaempresae acabam terceirizando umserviço essencial. Faltampeda- gogosdentrodasorganizações,familiarizadoscomospro- blemas enfrentados no cotidiano, para propor estratégias pedagógicasmaisprecisaseparaomaiornúmerodepessoas. Os executivos brasileiros precisam perder o medo de implantar uma área de compliance, autônomo e plural, em suas organizações. Ela não serve só para melhorar sua imagem entre os stakeholders, pois tambémprotege a corporação de problemas jurídicos emultas que podem comprometersuasaúdefinanceira.Estamosdiantedaevo- luçãodosmercados emtermosde confiança e segurança. A atuação dos compliance s sempre é mais tranquila e eficiente quando a empresa utiliza a educação corporativa paraproporcionarcursosepalestrasquerelacionemoagir profissional comosvaloreséticos! Arthur Meucci Mestre em filosofia pela USP, doutor em educação, arte e história da cultura, psicanalista, consultor e editor-chefe da Revista Espaço Ética Clóvis de Barros Filho Mestre e doutor em direito pela Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle) e doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo shutterstock Aonascer, uma criança é narcisista. Suamente é conduzida pelo Id, que gera umcomportamento limitado e previsível Como tempo, amente se torna selvageme atenta contra as estruturas sociais, assimcomo o capitalismo shutterstock

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