RESPM MAI_JUN 2016
Revista da ESPM |maio/junhode 2016 76 Cenário “A discussão sobre práticas de compliance nas empresas é relati- vamente nova, principalmente em países como o Brasil. Nos últimos anos temhavidouma crescente pres- são internacional não apenas pela adoção de padrões éticos nas empre- sas, mas também para que os países adotem e apliquem efetivamente leis mais rígidas em relação a certas questões, como anticorrupção, lava- gem de dinheiro e fraudes em geral. Tem havido também um aumento significativo do interesse dos gover- nos, da mídia e das pessoas em geral em assegurar que as empresas cum- pram à risca todas as leis e imposi- ções dos órgãos reguladores. Por con- ta disso, existe uma tendência por umaumento da responsabilidade so- cial corporativaeda transparência. A corrupção, por exemplo, traz conse- quências tão graves para a sociedade que deve ser encarada como um cri- me global e contra a humanidade, tal como o tráfico de drogas, de armas e de pessoas e a lavagem de dinheiro. Portanto, compliance é uma preocu- pação duradoura e importante para as empresas.” Teoria “Na Vale temos uma área de in- tegridade corporativa/compliance independente e que é responsável por garantir que a empresa esteja absolutamente em linha com nor- mas, controles internos e exter- nos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio. A atividade de complian- ce abrange questões muito diver- sas, como fiscais, financeiras, am- bientais, legais, éticas etc. Especi- ficamente em relação às questões de ética, integridade corporativa e anticorrupção, a Vale tem um comitê de política anticorrupção, que se reúne quando necessário e mediante convocação do consul- tor-geral/diretor de compliance, composto por representantes de departamentos como auditoria interna, segurança empresarial, suprimentos, relações institucio- nais, comunicação e risco, além de outros, conforme a necessidade, e um comitê de ética — que analisa e discute denúncias recebidas pela ouvidoria e temas gerais e estraté- gicos relacionados à ética —, com- posto pelos diretores de auditoria, de recursos humanos, de ouvido- ria e o consultor-geral/diretor de integridade corporativa.” Prática “Basta uma pequena fa l ha para que a empresa seja onerada com restrições legais, multas, punições judiciais, além, é claro, com o dano em sua reputação. Aliás, o dano à reputação de uma empresa pode ser de va lor in- calculável, uma vez que ela fica fragilizada e os empregados per- dem o orgulho de fazer parte do grupo. O megainvestidor e milio- nário americano Warren Buffett diz que ‘são necessários 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para perdê- la. Se você pensar nisso, fará as coisas de forma diferente’. A Vale tem tolerância zero à corr upção e atua sempre à frente quando o assunto é combate e prevenção à corrupção. Um dos valores da companhia, ‘agir de forma cor- reta’, estimula os empregados a atuar com integridade, responsa- bilidade, honestidade, confian- ça, respeito, lealdade e transpa- Adifícilmissãode reconstruiruma reputação Clovis Torres, consultor-geral e diretor de integridade corporativa da Vale, explica como funciona a área de integridade corporativa e compliance da companhia que está apoiando a mineradora Samarco no enfrentamento de um dos maiores desastres ambientais do planeta, a enxurrada de lama que invadiu a cidade de Mariana vale | Clov i s Torres
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