RESPM MAI_JUN 2016

Revista da ESPM |maio/junhode 2016 58 Uma r evolução ét ica avança de manei ra si lenciosa nas empr esas brasi lei ras narrando como recebeu a incumbência da matriz alemã de implantar o departamento no Brasil. “A empresa identificou todos os riscos envolvidos em suas operações mundiais e tratou de inventar meca- nismos internos para que esses riscos não virassem realidade. Logo, toda a política interna teve de ser reformulada. Corrigimos os erros com a máquina em funcionamento.” O resultado desse processo todo foi a criação de um mecanismo de integridade baseado em quatro pila- res. “O primeiro deles é que o dono — representado nas grandes empresas pela figura do presidente do conselho de administração — precisa querer ter uma empresa ética de verdade”, observa Giovanini. Uma vez querendo, ele temde falar para toda a organi- zação qual é a direção a ser seguida e a partir daí elaborar umcódigode condutae investir emumtreinamentopara que as pessoas cumpramaquilo que está sendopedido. Oterceiropilaréacriaçãodeumcanaldedenúncia,que é a formamais eficiente de identificar os casos de fraude nas empresas e precisa ser independente, assim como o compliance officer . Toda essa engrenagem só funciona se estiver apoiada pelo quarto pilar, que é o da apuração das denúncias. “Se faltar uma dessas quatro pernas, seu departamento de compliance fica manco e acaba sendo feitosomente ‘para inglês ver!’ AOdebrecht, por exemplo, parecia ter umdosmelhores sistemas de compliance do Brasil. Na prática, vimos que não era bemassim.” Ao protagonizar o segundomaior esquema de corrupção domundo, aPetrobras investe agoranoGRC (departamento de governança, risco e compliance), que já é composto pormais de 200 profissionais latinstock

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