RESPM MAI_JUN 2016

Abolaagoraestá comosetorpúblico A história do compliance no Brasil ainda não foi escrita, mas há registro de que, em 2005, o presidente do banco ABN/Real, Fábio Barbosa, criou no banco o primeiro departamento empresarial voltado para a defesa da ética, da transparência perante omercado e promoção da cidadania. Ele dizia, com muita graça, que o seu pessoal estava proibido de dar canelada no adversário, e isso fez comqueobancoperdesseváriosnegócios. Noentanto, a imagemeos resultados não pararamde crescer, colocando o banco entre os mais lucrativos do país. Hoje, dez anos depois, mais da metade das grandes empresas brasileiras têm departamentos de compliance em funcionamento ou em formação, segundo pes- quisa recente da KPMG ( ver página 12 ). De alguns anos para cá estamos assistindo a uma revolução silenciosa namentalidade empresarial, a suscitar um futuromais ético emais voltado para o bemcomum, nas relações entre empresas e a sociedade. Empresas como Ambev, Itaú, Natura, Nestlé e Embraer são hoje exemplos de com- portamentoéticoperanteomercadoeasociedade,mantendosetoresdecompliance que custam caro, mas que produzem resultados ainda maiores para a empresa. As vantagens competitivas proporcionadas pelo compliance são de três tipos: • 1. Acesso preferencial aos mercados de capitais, a custos muito menores; • 2. Confiança e respeito dos stakeholders, permitindo mais parcerias estratégicas; • 3. Maior confiança dos consumidores, que se traduz em liderança no mercado. Por último, essas empresas geralmente atraem talentos com relativa facilidade, pois os jovens creemque elas são bons lugares para se fazer carreira. Seguindo o exemplo dos Estados Unidos, onde o conceito já fincou raízes há muito tempo, a introdução do compliance na filosofia da empresa provoca também mudanças importantes nas responsabilidades dos conselhos de administração e emsuas relações coma diretoria executiva. Na prática, os novos departamentos de compliance se reportamdiretamente aos conselhos de administração. Masnemtudosão rosas. Longedenós insinuar queo futuroserá tranquilo. Aética das empresas depende de uma contrapartida equivalente do setor público, que é o maior comprador debens e serviçosdopaís. Nesseponto, sónos restaesperar queos nossos políticos, governantes e servidores públicos compreendamque a revolução ética que acabamos de iniciar é essencial à nação e que só estará completa quando o conceito do compliance criar raízes tambémna administração pública. Francisco Gracioso Presidente do Conselho Editorial PARA ASSINAR, LIGUE: (11) 5085-4508 OU MANDE UM FAX PARA: (11) 5085-4646 - www.espm.br/revistadaespm EXPEDIENTE Conselho Editorial Francisco Gracioso – Presidente Alexandre Gracioso Thomaz Souto Corrêa J. RobertoWhitaker Penteado (MTB n o 178/01/93) Coordenação Editorial Lúcia Maria de Souza Editora Assistente Anna Gabriela Araujo Edição de Arte Mentes Design Revisão Anselmo Teixeira de Vasconcelos Antonio CarlosMoreira Mauro de Barros Redação Rua Dr. Álvaro Alvim, 123 São Paulo – SP – CEP 04018-010 Tel.: (11) 5085-4508 Fax: (11) 5085-4646 e-mail: revista@espm.br Comercial MidiaOffice Julio Cesar Ferreira (11) 9 9222-4497 juliocferreira@uol.com.br Impressão Referência Gráfica orcamento@referenciagrafica. com.br Distribuidor Exclusivo Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações Operação emBancas Assessoria Edicase www.edicase.com.br Revista da ESPM Publicação bimestral da Escola Su- perior de Propaganda e Marketing. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva respon- sabilidade dos respectivos autores. Professores, pesquisadores, consul­ tores e executivos são convidados a apresentar matérias sobre suas es- pecialidades, que venhama contribuir paraoaperfeiçoamentodateoriaeda prática nos campos da administração em geral, do marketing e das comuni- cações. Informações sobre as formas e condições, favor entrar em contato com a coordenadora editorial. editorial

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