RESPM MAI_JUN 2016
maio/junhode 2016| RevistadaESPM 47 latinstock AderrocadadoLehmanBrothersmostrouoquantoa faltade regrasdecompliancepodeprejudicar umasociedade especificamente para o setor, compolíticas que vão além da oferta de bons pacotes de salários e benefícios. Inicia- tivas observadas em diversos países têm caminhado no sentido de demonstrar, para os mais jovens, a crescente importância do compliance na gestão das empresas. A importânciaemdefinir ecumprir condutas éticas—assim como a permanente atualização da conformidade com novas regulamentações e demandas dos stakeholders — deverá ser regra no dia a dia dos negócios. Convém lembrar que existe uma compreensão, cada vezmaior, quaseobrigatória, doquantoas ferramentasde compliancepodemcolaborarparatransmitirumaimagem mais sólida, clara e socialmente responsável da empresa. No setor bancário, desde 2005, as instituições financeiras precisamrealizarumplanejamentodegestãoderiscospara estar emconformidade comas normas internacionais de compliance. Aderrocadadas empresasdosetormais atin- gidas pela crise financeiramundial, como o Lehman Bro- thers, ajudouaevidenciaroquantoa faltaderegrasdecom- plianceesuaefetivaaplicaçãotemopoderdeprejudicarnão sóaempresa,mas tambémseusclienteseoentornosocial. Sob a perspectiva do investidor, tambémhá uma rele- vantepreocupaçãocomaposturadacompanhiaemrelação aprogramasdecompliance. TantonoBrasil quantoglobal- mente, fundosde investimentoepossíveisnovossóciosdo negócio vêm examinando questões como a definição do conjuntode valores da empresa, de que forma ele é comu- nicado, a conduta interna em relação aos colaboradores, omapeamento de riscos — incluindo-se os ambientais — e a estratégia elaborada para que se proteja a reputação do negócio. Internacionalmente, investidores têmanalisado até a postura ética dos principais executivos e que tipo de percepção eles despertamemseus pares e concorrentes. Atualmente, possuir uma gestãoguiadapelo compliance, de acordo com os parâmetros considerados essenciais paraaconstruçãodeuma identidade transparenteeética, representaumimportantediferencial, principalmenteem momentos decisivos, como na disputa por financiamen- tos e na chegada de novos investidores. Acimadetudo,porém,estáofatodequeasempresasque adotamregrasdeboaspráticas têmacertezadecontribuir para a criação de uma sociedademais humana, comvalo- res fundamentais, como o cuidado dispensado à elabora- ção de produtos e serviços e à condução dos negócios, o tratamento equânime dado aos funcionários e a proteção à natureza que nos cerca. Trata-se de regras desenhadas e postas empráticaemprol deuma sociedademelhor. É isso que todos nós desejamos. Fernando Alves Sócio-presidente da PwC Brasil Boa parte das empresas aindanão está preparada para lidar comriscos cibernéticos shutterstock
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