RESPM MAI_JUN 2016

tendência Revista da ESPM |maio/junhode 2016 46 GovernançaCorporativa (IBGC). Os principais objetivos desses movimentos residiam no desejo de promover a implantação de formas de atuação baseadas na transpa- rência perante omercado e o público. Nos últimos anos, temos assistidoauma ampliaçãode iniciativas de gestão com base em compliance. A Lei nº 12.846/2013, regulamentada recentemente, que respon- sabiliza apessoa jurídicapor atos contra a administração pública, conferiu mais relevância a posturas organiza- cionais pautadas pela ética. Hoje, tanto no Brasil quanto no mundo, a maioria das empresas conhece programas formais de compliance, segundodemonstra aúltima edi- ção da pesquisa Crimes econômicos , da PwC. Semdúvida, trata-se de umgrande avanço. Nossosestudostambémmostramque,emumambiente de negócios cada vez mais complexo, os riscos de com- pliance têmaumentado. Segundoapesquisa, pelomenos umquartodasempresasnomundofoivítimadealgumtipo decrimeeconômiconosúltimosdois anos. Constatou-se, também, que boa parte das empresas ainda não está pre- paradapara lidarcomriscoscibernéticos, emboraataques à segurança da informação possam representar danos aos clientes e à reputação da companhia. Nesse quesito, apenas 27% das empresas no mundo e 37% das organi- zações globais afirmam possuir um plano de resposta a incidentes deste tipo em plena operação. É importante o envolvimento dos mais variados setores da empresa — e, logicamente, a definição e obediência a regras mais eficazes de compliance — para que problemas como este sejam mitigados e possa ser transmitida uma postura mais proativa e ética à sociedade. No aspecto da interação entre os comitês de com- pliance e os demais departamentos da empresa, no entanto, ainda precisamos caminhar umpoucomais. É inegável que temhavido esforços de aproximação entre os gestores da área de compliance e os principais líderes da organização. De modo geral, no entanto, o departa- mento de governança não conta coma presença efetiva de profissionais oriundos de outras áreas, como direito, marketing e vendas. A tendência, entretanto, é a de que esta realidade passe por transformações. Líderes de compliance têmmanifestado o desejo de construir equipesnas quaishajaummixdehabilidades e competências. Por isso, vemganhando importânciaaela- boração de novas estratégias para atrair e reter talentos, Desde 2005, as instituições financeiras precisamrealizar umplanejamento de gestão de riscos para estar emconformidade comas normas internacionais de compliance shutterstock 59%dosCEOs ouvidos pelaPwC acreditamque osmelhores talentos queremtrabalhar emempresas comas quais compartilhamosmesmos valores