RESPM MAI_JUN 2016

maio/junhode 2016| RevistadaESPM 21 Outro caso interessante é o da Company of Merchant Adventurers, exportadora de tecido manufaturado, que iniciou suas operações no começo do século XV e que, como a Staple, tambémutilizava o formato de umpresi- dente executivo apoiado emonitorado por umconselho. Érelevante, noentanto, destacar quea funçãodesses con- selhos era diferente do que se espera hoje de seus mem- bros. Os registros disponíveis mostram que o principal trabalhodos conselheiros era intermediar a relaçãoentre os váriosmercadores associados à empresa (quemuitas vezes ainda funcionava como uma liga de associados). Nos Estados Unidos, o CA já aparece no século XVII, com o estabelecimento de companhias mercantis e de exploraçãode recursosnaturais ligadas àcoroabritânica, mas que operavamnos EstadosUnidos pormeio de dire- tores delegados do rei. Essemodelo foi bastante influente nanovanação. Em1791, oFirst Bankof theUnitedStates, quandoda sua fundação, já contava comumconselhode 25 membros, eleitos anualmente pelos acionistas e que elegia o presidente executivo entre os seusmembros. Fica claro, portanto, que, desde o nascimento das pri- meiras grandes corporações, empresários e legisladores, sentiramanecessidadedeacompanharaatuaçãodaadmi- nistraçãoexecutivapormeiodeumgrupodepessoasque representasseos acionistas, ouassociados, deuma forma mais ampla. No entanto, essa é somente uma das razões para se constituir um CA. O ambiente em que corpora- ções operamtambémficoumais complexo como passar do tempo e, hoje, espera-se que o conselho, constituído por pessoas de grande e variada experiência, possa con- tribuir como pensamento estratégico das organizações. Issoéoquesepodedepreenderdadeclaraçãodo Instituto BrasileirodeGovernançaCorporativa (IBGC), noCódigo deMelhores Práticas de Governança Corporativa: “O conselho de administração é o órgão colegiado encar- regado do processo de decisão de uma organização em relação ao seu direcionamento estratégico. Ele exerce o papel de guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da organização, sendo seu prin- cipal componente. Além de decidir os rumos estratégicos do negócio, compete ao conselho de administração, con- forme o melhor interesse da organização, monitorar a diretoria, atuando como elo entre esta e os sócios”. shutterstock Oambiente emque corporações operamficoumais complexo como passar do tempo e, hoje, espera-se que o conselho, constituído por pessoas de grande e variada experiência, possa contribuir como pensamento estratégico das organizações

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