RESPM-JAN_FEV 2016

REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRODE 2016 28 MERCADO do seu equipamento e da técnica para manejá-lo com a máxima eficiência. Sem dúvida, a competência básica é um diferencial, mas isso é comuma todos que chegamnuma final olím- pica, onde não há velejadores medianos. Na raia, estão somente osmelhores de cada país. Oque leva umbarco a obter a vantagemnuma prova desse nível é a soma dos pequenos detalhes, que cada equipe vai acumulando antes e durante o percurso. Omesmo acontece comas empresas que tenho obser- vado. As que estão prosperando na crise devem seu sucesso à soma dos pequenos detalhes que souberam reunir ao longo do tempo e que, agora, diante de um cenário adverso, revelam seu valor. Uma das empresas na qual trabalho há alguns anos, e que pude observar bemde perto, está conseguindo pros- perar justamente graças à soma dos pequenos detalhes que cuidounos últimos anos, quando investiu para valer na melhoria de seus processos de produção, na capaci- tação de seus funcionários, na evolução de sua gestão empresarial e no fortalecimento das relações que esta- beleceucomos seus clientes. Afinal, como sabemoshoje, o maior patrimônio de uma empresa é a qualidade do relacionamento que ela mantém com os seus clientes, funcionários, parceiros e fornecedores. Essa empresa, um fabricante de papel, cuidou de tan- tos detalhes que acabou se tornando preferida e se posi- cionando numa situação bemmais vantajosa que seus concorrentes para atravessar estemomento difícil. Por isso, vem abrindo distância sobre eles na medida em que a situação se agrava. Por exemplo: há dez anos, essa empresa realiza um seminário técnico que percorre o Brasil levando conhe- cimentos úteis aos seus clientes. Criou também um concurso de gravura para estudantes que há cinco anos integra o calendário das escolas de arte e design do país. Mantémfirmepresençaentreos seus clientes eestá sem- pre gerando notícias comas ações que faz emprol de seu setor, e não apenas a favor de seus próprios negócios. Entre as medidas que adotou para continuar cres- cendo está a expansão para omercado doNordeste, para onde passou a enviar os seus produtos por cabotagem marítima, sistema que lhe trouxe ganhos logísticos, aumentou suas exportações e criou uma nova unidade comercial destinada a atender pequenas gráficas que comprampapel por meio de distribuidores. Este fabricante de papel aprendeu que o efeito que se consegue coma continuidade das pequenas ações con- sistentesmuitas vezes émaior do que o alcançado pelas grandes iniciativas que causam impacto imediato, mas não têm sequência. A boa notícia é a de que, não importa o tamanho da empresa nem o setor em que atua, sempre é possível encontrar e desenvolver simples ações que se aplicam a todas elas. É o caso de uma empresa que atua no setor de material de construção e que, em 2015, conseguiu crescer mais de 10% emum setor que fechou o ano pas- sado comdesempenho negativo. Perguntada como conseguiu esse feito, a presidente da empresa deu uma resposta que não poderia ser mais singela: “Nós fizemos a lição de casa”. Receita simples, mas sem isso o resto não funciona direito. Outra empresa que acompanho há anos acaba de inaugurar uma loja-conceito destinada a promover a experiência de seus clientes comos produtos de festas Na regatadevelaolímpica, osbarcossão iguais, aáguae oventosãoosmesmospara todososcompetidores.Mas, quandoédadaa largada, algunssedestacam, assumema dianteiraevãoabrindodistânciadosdemaisconcorrentes latinstock

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx