RESPM-SET_OUT-2015-baixa
Revista da ESPM | setembro/outubrode 2015 64 Planejamento Noque se refereaosegundopontodeatenção, épreciso terpresentequeaampliaçãodoquadrodeacordosextrarre- gionaiséfundamentalparaqueaindústriabrasileirapossa integrar-searegiõesconsideradaspolosdetecnologia,com- petitividadeeinovação,comoaUniãoEuropeia(UE),oJapão e os Estados Unidos (EUA). Além de importante parceira comercial do Brasil, aUE tem investidomaciçamente em pesquisaedesenvolvimentointernamente,comoformade aumentaracompetitividadedesuaeconomia.Asempresas japonesas, por sua vez, alémda presença consolidada em nosso país, provaram que estão devidamente integradas àsprincipaiscadeiasdevalordealta tecnologiadomundo. NosEUA, principal destinodas exportaçõesbrasileirasde manufaturados,tecnologiaeinovaçãoforamfundamentais paraaretomadadoprocessodereindustrializaçãopeloqual opaís passa atualmente. Omais interessante é notar que esses players globais estão rapidamente buscando a ampliação de sua rede de acordos preferenciais. Até o fimdo ano, por exemplo, espera-se que diversos temas do Trans Pacific Partner- ship (TPP) sejamdefinidos. Outranegociaçãoque envolve cifras astronômicas é o Transatlantic Trade and Invest- ment Partnership (TTIP), entre EUA e UE, que envolve sobretudo o incremento de várias esferas normativas e deve apresentar avanços ainda em 2015. Nãosesabeexatamentequais serãoos impactosdesses acordos para o Brasil, poréma concessão de preferências tarifáriasenãotarifáriasentreessespaíses/regiõestendea fazercomqueosdesafiosqueaindústrianacionalenfrenta atualmente se acentuemnos próximos anos. Deve-se ter consciência de que o aumento de nossa competitividade industrial somente poderá se tornar realidade se, efeti- vamente, tivermos políticas econômicas que abarquem duas frentes de atuação: uma interna, com a redução da taxa de juros, a eliminação de gargalos logísticos, o incre- mento de iniciativas em inovação, pesquisa e desenvolvi- mento, o aperfeiçoamento da mão de obra, entre outros, que tenhamimpactodiretonaprodutividadedo trabalho; eoutraexterna, pormeiodamanutençãodaestrutura ins- titucionaldoMercosul,doaprofundamentonormativodos acordos jánegociadoscomospaísesda regiãoedaamplia- çãode nossa rede de acordos extrarregionais. É necessário considerar que o isolamento trará conse- quências difíceis de seremrevertidas. Nesse sentido, algu- mas iniciativas recentes, visando incrementar o acesso de produtosbrasileirosnosmercados,merecemdestaque,como éocasodos acordosfirmadosnosemestrepassadocomos EstadosUnidos, comfocoemcoerênciaregulatóriae facili- taçãodecomércio;dosAcordosdeCooperaçãoeFacilitação deInvestimentos(ACFIs),celebradoscomMéxico,Angola, Moçambique, alémde diálogos exploratórios comÁfrica do Sul, Argélia, Chile, Colômbia, Malaui, Marrocos, Peru e Tunísia—comoapontaoMinistériodasRelaçõesExteriores (MRE); e, por fim, das iniciativas apresentadas pelo Plano NacionaldeExportações2015-2018,lançadoemjunhodeste ano, que prevê importantes ações emtermos de promoção comercial enegociações internacionais. Finalmente,açõescomoessassãoessenciaisparaoincre- mentodenossasexportações, sobretudoaquelasdemédio e alto valor agregado. Iniciativas específicas de incentivo aocomércioexterior devemcontinuar a substituir discus- sões inócuas relacionadas ao tema, pois somente dessa formaserápossível aperfeiçoarnossas cadeiasprodutivas eintegrá-las,tantocomomundoemergentequantocomos paísesdesenvolvidos,ambosdefundamentalimportância para o crescimentode nossa indústria de transformação. José Luiz Pimenta Júnior Professor de relações internacionais da ESPM e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Diplomacia Corporativa (CEDiC) da ESPM e do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP (Gacint) e pesquisador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) da Unesp NosEstadosUnidos, tecnologiae inovação foram fundamentaisparaa retomadada reindustrializaçãodopaís latinstock
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